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Em uma carta apreendida pela Polícia Federal, onde os dirigentes da Coana, Marli Brambilla e Jaime Dutra Coelho, relatam que estavam negociando repasses da Conab diretamente com a então senadora Gleisi e com o deputado federal Zeca Dirceu, filho do mensaleiro Zé Dirceu. Os dois, Marli e Jaime, foram presos.
Os criminosos informam ainda sobre o apoio do petista Silvio Porto, diretor de política agrícola da Conab. Em setembro, Porto foi indiciado pela PF pela autoria de quatro crimes no esquema Coana-Conab.
Quando as fraudes entre assentados e Conab foram reveladas, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, anunciou a demissão de Porto. A exoneração, porém, foi barrada por Gleisi e Gilberto Carvalho. O recado foi claro: o companheiro Porto está ajudando as Marlis e os Jaimes a operar o esquema com respaldo de cima.
A Coana forjou um cadastro de fornecedores para receber verbas, porém, não entregava toda a contrapartida. Ou seja: não comprava os alimentos dos pequenos produtores, e muito menos levava a mercadoria à mesa de quem precisava. Há casos de produtores de leite cadastrados pela cooperativa que sequer tinham vacas. A denúncia foi revelada em reportagem de Hugo Marques, na Revista Veja desta semana.
A PF começou a investigar esse esquema criminoso em 2011 quando foram descobertos negócios fictícios entre a cooperativa e a estatal Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No inquérito, há fartas evidências das irregularidades e pistas sobre cúmplices eventuais.