Manchete nos Jornais para este Sabado 23 de Outubro de 2010

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Coligação de Agnelo intensifica campanha para eleitores não viajarem – Dilma e Serra dedicam tempo ao Sul, região que concentra 15% do eleitorado – Agressões e confusões acirram ânimos na reta final da disputa pelo Planalto – Servidores do Senado passarão a usar leitor biométrico para bater o ponto –
OAB do Ceará critica projeto de controle da mídia …

FOLHA DE S.PAULO

Agressão a Serra

O vídeo que mostra o tucano sendo atingido por uma bola de papel, exibido pelo SBT, entretanto, corresponde de fato a um momento anterior ao candidato ter sido atingido por um rolo de fita crepe, já no final da caminhada em Campo Grande, no Rio.

PSDB pretende questionar fala do presidente
O PSDB pretende questionar na Justiça o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelas declarações dadas ontem, em que classifica como uma farsa a agressão alegada por José Serra. Para o presidente da legenda, Sérgio Guerra, a presença de militantes do PT no ato de campanha de Serra revela desespero do partido em relação às eleições. Ele disse que existe uma “grande conspiração” do PT para interferir no pleito.

“Houve um ato de violência contra o nosso candidato, contra a democracia. Não aceitamos isso, não pense o presidente que está acima do mal, que pode fazer tudo o que quiser, desrespeitar a democracia. A Justiça é sempre o caminho, nem sempre eficaz”, afirmou, em coletiva no Rio. Guerra não detalhou que tipo de questionamento vai fazer na Justiça em relação à fala de Lula.

Dois objetos foram atirados contra Serra durante confronto no Rio anteontem
Imagens feitas pela Folha mostram que o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, foi atingido por um objeto circular e transparente durante uma caminhada na quarta-feira em Campo Grande, zona oeste do Rio. As imagens foram examinadas pelo perito Ricardo Molina, a pedido da TV Globo, e exibidas ontem à noite no “Jornal Nacional”. Ele também examinou as imagens exibidas pelo SBT, quando Serra é atingido por um objeto que parece uma bolinha de papel. Concluiu que são momentos distintos.

Tucano rebate petista e afirma que agressão “não foi nada leve”
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse que a agressão que sofreu anteontem, durante campanha na zona oeste do Rio, “não foi nada leve” e que não houve simulação. Ele afirmou que o presidente Lula, ao falar em “farsa”, está “dando cobertura a atos de violência”. “Eu fui agredido ontem [anteontem]. Todo mundo que estava em volta viu. Não foi nada leve”, disse Serra ontem em Ponta Grossa (PR).

“O engraçado é que aquelas pessoas que pensam que houve simulação, na verdade, estão me medindo com a régua deles. Eles provavelmente fariam simulação e outras coisas desse tipo.” Serra afirmou que foram arremessados contra ele diversos objetos. “Fui atingido por outras bolinhas de papel, empurrões, raspões de bandeira, até que veio esse objeto mais pesado. Bateu na cabeça, fiquei tonto, fiquei um pouco grogue, mas não cheguei a desmaiar”, afirmou.

Sobre as declarações feitas ontem por Lula, que o acusou de simular a agressão, Serra fez a ressalva de que ia falar com base apenas no que os jornalistas lhe contaram. “Fico preocupado com a principal autoridade da República, de alguma maneira, dando cobertura a atos de violência”, afirmou.

Balão de água é arremessado contra Dilma
Em reduto tucano, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, enfrentou ontem clima de hostilidade e quase foi atingida por dois balões cheios d’água, atirados de um edifício contra o carro aberto em que ela pedia votos com aliados. Após o incidente, os petistas encurtaram a passagem pelo centro de Curitiba, um dia depois de José Serra (PSDB) ser agredido, no Rio, por um objeto que ele disse ser um rolo de adesivos arremessado por rivais.

Dilma ouviu vaias e foi alvo de provocações de eleitores tucanos que assistiam à sua passagem de janelas de escritórios. Alguns exibiram propaganda de Serra e fizeram gestos obscenos. No meio do cortejo, dois balões cheios d’água foram lançados contra o jipe em que ela acenava para o público. Um deles explodiu no capô do veículo, a poucos centímetros de Dilma e dos senadores eleitos Roberto Requião (PMDB-PR) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Petistas reagiram com um coro de xingamentos, mas não conseguiram identificar o agressor, que se escondeu. Aliados improvisaram uma proteção. Requião abriu um guarda-chuva sobre ela. Dilma trocou o sorriso por um semblante tenso. Minutos depois, parou para discursar e se confundiu: “Eu serei uma presidenta comprometida com o desenvolvimento do Pará”. Voltou a ouvir vaias e se corrigiu, acrescentando a sílaba “ná”.

Lula fará campanha diária até a véspera da votação
O estado-maior da campanha de Dilma Rousseff (PT) definiu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará aparições diárias em favor de sua candidata até o último dia permitido pela legislação. De hoje até o dia 30, véspera da votação, o presidente só não tem, por enquanto, compromissos previstos para os dias 25 e 26 deste mês.

A agenda prévia foi alinhavada no Palácio da Alvorada durante reunião do chamado grupo dos sete, na noite de quarta-feira. Além de Dilma e Lula, integram o time o ministro Franklin Martins (Comunicação Social), o marqueteiro João Santana e os coordenadores Antonio Palocci, José Eduardo Dutra (presidente do PT) e José Eduardo Cardozo.

No encontro, o presidente mostrou-se “animado” com o quadro eleitoral, mas deu um alerta: “é proibido cochilar” nesta reta final. Por isso, não poupará esforços. Lula já tem atividades previstas em 8 dos 10 dias que faltam para o fim da corrida ao Palácio do Planalto. Em alguns casos, buscará votos sozinho, como são os casos de comícios no Nordeste.

Líderes evangélicos duelam por aliados
A guerra eleitoral entre partidários de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) se estendeu aos templos evangélicos. Edir Macedo, da Igreja Universal, que apoia a petista, e Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, aliado do tucano, trocam farpas na internet em defesa dos seus candidatos.

O bispo Macedo atacou primeiro, questionando o interesse do pastor da Assembleia de Deus ao apoiar Serra. No último sábado, em seu blog, o líder da Universal pôs em dúvida os argumentos de Malafaia para trocar Marina Silva (PV), a quem anunciou apoio no início da campanha, pelo tucano.

“Para justificar que não apoiaria a candidata Dilma, acusou o PT de ser a favor do aborto e apoiar o casamento de homossexuais. Pronto, o caminho estava aberto para, sabe-se lá com que interesse, apoiar o candidato Serra”, afirmou, lembrando ainda da acusação de que Mônica Serra, esposa do tucano, teria feito um aborto. “O que fez o pastor Malafaia mudar de lado? Ele vai continuar apoiando o Serra?”, questionou Macedo.

No contra-ataque, Malafaia pôs anteontem em seu site o link para um vídeo em que classifica Macedo de “mentiroso” e diz que ele foi “comprado pelo governo”. “Sua emissora [TV Record] recebe milhões do governo, você foi comprado para defender a Dilma. Sua emissora é chapa branca”, disse.

Encontro na Record não vai ter bloco com perguntas feitas por jornalistas
Penúltimo confronto na televisão entre os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) antes das eleições, o debate da Record não terá bloco com perguntas feitas por jornalistas. O duelo está marcado para as 23h de segunda-feira, dia 25. Na última vez que se enfrentaram, no debate Folha/RedeTV!, foram perguntas de jornalistas que causaram embaraços para ambos.

Na ocasião, a petista e o tucano foram questionados sobre denúncias envolvendo seus assessores. Segundo a Folha apurou, a campanha de Dilma vetou a participação de jornalistas. Os assessores de Serra acabaram cedendo. O último embate será na TV Globo, no dia 29. As regras ainda não estão definidas, mas provavelmente também não haverá intervenção de jornalistas.

Aborto tem que ser discutido na eleição, diz CNBB
O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Geraldo Lyrio Rocha, disse ontem que a questão do aborto não pode ficar fora de campanhas eleitorais. O religioso se referia a críticas de setores da sociedade que alegam que o assunto contaminou a disputa presidencial. “Não se podia entrar num processo eleitoral sem trazer à tona temas dessa natureza, que são de máxima relevância”, disse dom Geraldo, depois de apresentar material da nova Campanha da Fraternidade.

O arcebispo de Mariana (MG) defendeu também o direito de a igreja se manifestar sobre o tema. “Numa sociedade democrática, o que não se pode fazer é querer silenciar a igreja como se ela não pudesse manifestar a sua posição”, argumentou.

Agnelo abre 23 pontos de frente sobre Weslian no DF
O petista Agnelo Queiroz, candidato a governador do Distrito Federal, mantém o crescimento nas intenções de voto e abre vantagem de 23 pontos sobre a candidata Weslian Roriz (PSC). Segundo pesquisa Datafolha feita ontem e anteontem, Agnelo tem 54% das intenções de voto, contra 31% de Roriz. Na semana passada, o petista aparecia com 53%, e sua adversária, com 35%.

Brancos e nulos somam 8%, e 7% dos eleitores estão indecisos. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. Se considerados os votos válidos (brancos, nulos e indecisos são excluídos), Agnelo tem 64% das intenções de voto, contra 36% de Roriz. Entre os entrevistados, apenas 10% afirmam que ainda podem mudar de voto.

PF e seguranças de candidato apontam armas em tumulto
O governador de Roraima e candidato à reeleição, Anchieta Júnior (PSDB), foi abordado ontem por agentes da Polícia Federal, em Boa Vista. A ação causou tumulto, uma vez que seguranças dele e agentes federais apontaram armas uns para os outros, no centro da cidade, perto do Palácio do Governo.

A Polícia Federal afirma que investigava uma denúncia de transporte ilegal de dinheiro para compra de voto e que não sabia que o governador estava em um dos veículos. O carro em que Anchieta estava e outro veículo onde estavam seus seguranças foram revistados pelos policiais. Nenhuma irregularidade foi constada e nenhuma pessoa foi detida.

Mesmo assim, a ação policial foi suficiente para acirrar os ânimos. Cerca de 200 pessoas, entre correligionários de Anchieta e do candidato de oposição, Neudo Campos (PP), foram para a frente do prédio da Superintendência da Polícia Federal em Roraima, onde realizaram protestos. Três pessoas foram detidas sob a suspeita de causar tumulto a ordem pública e em seguida foram liberadas.

Aliado de Dilma furtou dados, diz jornalista
Em depoimento à Polícia Federal, o jornalista Amaury Ribeiro Júnior disse “ter certeza” de que foi o deputado estadual Rui Falcão (PT-SP), coordenador de imprensa da campanha de Dilma Rousseff (PT), quem copiou de seu computador dados de pessoas ligadas ao candidato José Serra (PSDB).

Esses dados com informações sigilosas faziam parte de investigação do jornalista sobre privatizações no governo FHC e, como a Folha revelou em junho, estavam em dossiê que circulou neste ano na pré-campanha de Dilma. Na conversa com a PF, o repórter disse que em nenhum momento entregou seu “material a qualquer pessoa e acredita, com veemência, que o mesmo foi copiado de seu notebook”.

Falcão nega ter acessado dados de laptop de Amaury
Deputado licenciado, o petista Rui Falcão divulgou ontem nota em que nega o teor do depoimento do jornalista Amaury Ribeiro Jr à Polícia Federal. Na nota, Falcão afirma que não morou em apart-hotel do Meliá Brasília. “Nego terminantemente – e cabe a quem acusa fazer prova – que tenha copiado dados ou arquivos do mencionado laptop do jornalista”, afirma.

Ainda segundo a nota, “não procedem as afirmações de que tenha residido em apart-hotel do Meliá Brasília, nem tampouco que tivesse chave de qualquer apartamento naquele local”. “Se, porventura, chegou a constar meu nome na recepção do hotel, não é de meu conhecimento, nem de minha responsabilidade”, diz.

Na nota, Falcão diz que teve conhecimento de “um suposto dossiê” pela imprensa. “Quando procurado, sempre informei que a campanha não produzia dossiês, nem autorizava qualquer pessoa a fazê-lo”, diz a nota. Procurado pela Folha, Falcão disse desconhecer a que Jorge o jornalista Amaury Ribeiro faz referência como responsável pelo pagamento de despesas da campanha. Ele não respondeu por que o jornalista o responsabiliza pelo vazamento de suposto dossiê.

Jornal nega ter pago viagens de Amaury
O jornalista Amaury Ribeiro Jr. estava em férias quando encomendou e, segundo a Polícia Federal, pagou pela violação do sigilo fiscal de parentes e pessoas próximas a José Serra (PSDB). Ao voltar das férias, uma semana após ter obtido os documentos fiscais dos tucanos, Amaury deixou seu emprego no jornal “Estado de Minas”, sem aviso prévio.

Amaury fez parte do “grupo de inteligência” da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT). Conforme a Folha revelou em junho, os dados fiscais sigilosos dos tucanos foram parar num dossiê que circulou entre esse grupo.

Em depoimento à PF, o despachante paulista Dirceu Garcia admitiu que recebeu R$ 12 mil em dinheiro de Amaury para comprar as declarações de renda das pessoas próximas a Serra. De acordo com registros trabalhistas, Amaury foi contratado pelo “Estado de Minas” em setembro de 2006.

Para Guerra, depoimento mostra que PT montou farsa
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, afirmou ontem que o depoimento do jornalista Amaury Ribeiro Jr. à Polícia Federal comprova que o PT montou uma “farsa” para tentar acobertar a quebra do sigilo fiscal de familiares do candidato José Serra (PSDB). Em nota, Guerra disse que o PT e Dilma Rousseff forjaram a versão de que a violação ocorreu por conta de uma disputa no PSDB entre Serra e Aécio Neves.

“A leitura do depoimento prestado pelo jornalista revela exatamente o contrário e joga por terra a tentativa do PT de fraudar a verdade: em nenhum momento o jornalista disse ter feito qualquer investigação com o objetivo de proteger o governador de Minas de ações de pessoas ligadas ao governador Serra.” A versão de que Amaury disse querer “proteger” Aécio foi dada pela PF na véspera.

Aliado de Dilma atua contra investigação
Escuta da Polícia Federal aponta que o diretor de Planejamento e Engenharia da Eletrobras, Valter Cardeal, atuou contra investigação da CGU (Controladoria-Geral da União) na estatal elétrica. Procurado, ele afirmou que a CGU reviu a suspeita de irregularidade no programa Luz para Todos, mas negou que isso tenha ocorrido por interferência dele. A CGU afirma que, após pedido de reconsideração, manteve “as impropriedades” anteriores, mas deixou de responsabilizar os diretores individualmente.

O grampo foi feito, com autorização judicial, em 10 de setembro de 2008. Quatro meses antes, Cardeal havia, com base em auditoria da CGU, sido denunciado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) pela Procuradoria da República, acusado de formação de quadrilha, gestão fraudulenta e desvio de recursos do Luz para Todos.

Cardeal permaneceu no cargo e ainda teve sua defesa paga pela Eletrobras, que contratou um escritório de advocacia por R$ 1 milhão. O diretor é aliado da presidenciável Dilma Rousseff (PT) no setor elétrico há 20 anos, desde o tempo em que ela era secretária de Minas e Energia do RS.

Cardeal diz que, após revisão, CGU não viu lobby
O diretor Valter Cardeal, por meio de sua assessoria, negou “evitar investigações internas” na Eletrobras. Segundo ele, a CGU (Controladoria-Geral da União) reviu relatório de auditoria que se referia a irregularidade no programa Luz para Todos, após a Eletrobras apresentar defesa. A posição final da CGU, segundo Cardeal, é que de não houve “a ocorrência de dolo dos agentes envolvidos”.

A CGU afirma que não houve lobby ou tráfico de influência. Segundo o órgão, é comum diretores pedirem reconsideração de auditorias. Conforme a Eletrobras, Cardeal “continua no cargo porque não cometeu nenhuma ilegalidade”.

Blog vaza respostas da estatal à reportagem
Antes mesmo de a Folha publicar reportagem envolvendo a Eletrobras, o site do jornalista Paulo Henrique Amorim publicou, na noite de anteontem, respostas da estatal a perguntas do jornal. Os questionamentos foram enviados pela Folha exclusivamente à assessoria de imprensa do órgão. Procurada pela reportagem, a assessoria da empresa disse que “vai apurar” o que ocorreu.

A Eletrobras diz que só veicula em seu site as respostas enviadas a jornais após a publicação das reportagens. “Eletrobras desmente matéria da Folha de amanhã” foi o título da nota publicada no site Conversa Afiada, favorável à campanha de Dilma Rousseff (PT).

PF convoca Erenice para dar depoimento a seis dias da eleição
A Polícia Federal marcou para a próxima segunda o depoimento da ex-ministra Erenice Guerra no inquérito que apura tráfico de influência na Casa Civil. A defesa de Erenice tenta adiar o depoimento dizendo que ela só deve falar quando a PF conseguir provas do seu envolvimento na denúncia.

“Quando estiver formalizada a prova ela vai se apresentar, mesmo não sendo obrigada a prestar depoimento contra seus ascendentes ou dependentes”, disse o advogado Mário de Oliveira. Dois filhos da ex-ministra, Israel e Saulo, são acusados de operar esquema de lobby na Casa Civil quando Erenice era secretária-executiva, e Dilma Rousseff, ministra.

Mercado perde fé nas chances de Serra
Durou muito pouco o entusiasmo do mercado financeiro com a possibilidade de uma virada no segundo turno da eleição presidencial. O acirramento da disputa levou muitos investidores a refazer suas apostas na semana passada para considerar a possibilidade de uma vitória do tucano José Serra, mas novas pesquisas fizeram esse otimismo desaparecer.

Os sinais mais visíveis dessa inflexão apareceram no mercado de juros futuros, em que os investidores negociam contratos para se prevenir contra variações inesperadas nas taxas de juros. As taxas negociadas nesse mercado caíram por dois dias na semana passada, logo depois da divulgação de uma pesquisa CNT/Sensus que indicou Serra e a petista Dilma Rousseff quase empatados.

Mas os juros voltaram a subir nesta semana. Dúvidas sobre o comportamento da inflação foram o principal motivo, mas analistas também apontaram a vantagem folgada de Dilma nas últimas pesquisas como um fator. Contratos com vencimento em janeiro de 2012 eram fechados com taxa de juros equivalente a 11,44% antes do primeiro turno da eleição. A taxa desses contratos caiu para 11,22% na sexta-feira e subiu ontem para 11,34%.

Câmbio e eleição reduzem confiança externa no Brasil
Representantes de empresas, governos e instituições internacionais que atuam no Brasil estão menos confiantes de que o país possa manter crescimento com estabilidade econômica, diz pesquisa do Ipea divulgada ontem. O presidente do órgão, Márcio Pochmann, atribuiu o resultado ao debate sobre o câmbio e à “insegurança normal” em períodos de eleição.

A pesquisa, feita a cada três meses com 170 instituições estrangeiras, indica que caiu de 59 para 9 a confiança em que a política econômica favorece o crescimento com estabilidade, apesar de a expectativa de aumento do PIB até 6% ter se mantido (59 pontos).

O ESTADO DE S. PAULO

Agressão a Serra
As imagens exibem momentos diferentes da caminhada, editados na ordem em que aconteceram. Primeiro, é possível ver cartazes com mensagens contra Serra e depois cenas das portas das lojas sendo fechadas por causa da confusão. Em seguida, aparece o momento em que a bolinha de papel – ou de adesivos amassados – atinge a cabeça do tucano.

Serra continua a caminhada. O vídeo mostra cenas de brigas e empurrões entre os militantes. A cena seguinte é a van do candidato deixando o local da briga. O vídeo mostra então Serra, duzentos metros adiante, tentando retomar a caminhada, ao lado do candidato derrotado ao governo do Rio Fernando Gabeira (PV).

O vídeo do SBT não mostra, no entanto, o momento, acompanhado pela reportagem e registrado em fotos pelo Estado, em que Serra leva a mão direita à cabeça e, amparado por um segurança, é levado até a van da campanha. Nenhum objeto que pudesse ter sido arremessado contra Serra foi captado nas imagens ou visto pela equipe de reportagem. Na versão dos tucanos, este foi o momento em que Serra foi atingido por um objeto pesado não identificado, provavelmente um rolo de papelão. Também não foi possível ver nenhum ferimento no candidato.

No Paraná, Dilma é hostilizada durante caminhada no centro
Um dia após o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, ter sido atingido na cabeça durante uma caminhada na zona oeste do Rio, a petista Dilma Rousseff também foi hostilizada ao fazer campanha ontem de manhã, em Curitiba. Dilma foi alvo de três bexigas cheias de água atiradas por pessoas que estavam em prédios comerciais localizados no calçadão da Rua 15 de Novembro, na área central da capital paranaense. Nenhum dos balões atingiu a candidata, mas acabaram molhando apoiadores que participavam do ato, acompanhada por cerca de 2 mil pessoas. Uma pessoa não identificada tentou acertar Dilma com uma bandeira, mas também não a atingiu.

Dilma só falou sobre o episódio ao desembarcar em Porto Alegre (RS). A candidata usou a mesma analogia feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não sou o (goleiro Roberto) Rojas para ficar fazendo firula com isso”, afirmou. A candidata defendeu que a campanha não pode se pautar por “agressão nem tendências de criar factoides” e aproveitou para alfinetar o adversário tucano. “Não fui eu quem foi lá e disse o que tinha acontecido.”

Para a petista, a culpa do acirramento da campanha e dos episódios de agressão contra ela e Serra seria “da direita”. “Há um método muito tradicional na política conservadora de direita, que é criar fatos e acusar o lado de lá de violência. É típico de campanha direitista”, acusou.

Jornalista acusa coordenador de Dilma
Integrante do comando da campanha da petista Dilma Rousseff, o deputado estadual Rui Falcão (PT-SP) foi acusado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. de furtar o dossiê com dados fiscais violados de tucanos e familiares do presidenciável José Serra. Amaury foi quem encomendou e pagou diretamente pela violação de sigilo.

Amaury, em depoimento à Polícia Federal, Rui Falcão “copiou” o conteúdo de sua investigação contra os tucanos, então armazenado num computador pessoal que estava num flat pago pelo próprio PT para Amaury ficar em Brasília. “Pois somente ele (Rui Falcão) tinha a chave do citado apartamento”, disse o jornalista. As quebras de sigilo realizadas na Receita Federal ocorreram em outubro do ano passado. Nesse período, Amaury preparava sua saída do jornal Estado de Minas, alegando problemas pessoais.

Em abril deste ano, o jornalista foi convidado pelo empresário Luiz Lanzetta para trabalhar na pré-campanha de Dilma. Lanzetta cuidava, então, de montar um “núcleo de inteligência” dentro da campanha petista. Na passagem pela capital, Amaury hospedou-se em um flat no apart-hotel Meliá.

PF apura se saiu do PT pagamento para calar testemunha
A Polícia Federal investiga se os R$ 5 mil depositados na conta do despachante Dirceu Garcia, que comandou o esquema de violação de sigilo dos tucanos em São Paulo, saíram de pessoas ligadas à campanha de Dilma Rousseff (PT). O dinheiro, que serviria para calar Garcia, uma testemunha-chave do escândalo, foi depositado no dias 9 e 17 de setembro, em pleno período eleitoral, na boca do caixa da agência 1526 do Bradesco no Centro Empresarial Varig, em Brasília. O endereço fica a 100 metros do escritório do empresário Luiz Lanzetta, que comandou o núcleo de inteligência da pré-campanha de Dilma na capital federal.

Ontem, a polícia recebeu a informação de que a mesma agência teria como cliente Lanzetta. Foi ele quem convidou Amaury, financiador direto da quebra do sigilo, para integrar o grupo petista em abril deste ano.

Documento revelado ontem pelo Estado mostra que dois depósitos de R$ 2,5 mil foram feitos na conta do despachante em setembro. Em depoimento à PF no dia 6 de outubro, Garcia contou que o dinheiro foi oferecido por Amaury há um mês e meio. O despachante disse que o montante serviria para ele não comentar nada sobre a violação. “Esclarece que só aceitou o dinheiro oferecido por Amaury para ficar calado porque está passando por dificuldades financeiras”, diz um dos trechos do depoimento.

Defesa da filha de Serra pede que seja apurado uso político de dados
O criminalista Sérgio Rosenthal, que representa Verônica Serra e Alexandre Bourgeois, filha e genro do presidenciável do PSDB, José Serra, requereu ontem à Polícia Federal ampla investigação sobre o uso político das informações obtidas pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. O advogado verificou que blogs “diretamente ligados à campanha de Dilma Rousseff” utilizaram dados fiscais sigilosos de seus clientes.

“Quero saber se foi o Rui Falcão quem roubou o dossiê ou se foi o jornalista quem vendeu para o PT”, declarou Rosenthal. Deputado estadual, Falcão é um dos coordenadores de comunicação da campanha de Dilma.

O advogado do casal está convencido de que é “uma balela” a versão da cúpula da campanha de Dilma que atribui a montagem do dossiê a um suposto “fogo amigo” dentro do PSDB. “Não tem nada a ver”, afirma. Rosenthal destaca que, em seu relato à PF, Amaury informou ter tomado ciência, em dezembro de 2007, de que um “grupo clandestino de inteligência” espionava o então governador de Minas, Aécio Neves (PSDB).

Na ocasião, o jornalista trabalhava no Estado de Minas. “É intrigante que só dois anos depois o jornalista encomendou as declarações de renda de Verônica e Alexandre”, observou o advogado – o acesso imotivado ao sigilo fiscal da filha e do genro de Serra ocorreu em entre 30 de setembro e 8 de outubro de 2009.

Advogado diz que é ‘inverdade’ história dos R$ 12 mil
O criminalista Márcio Firpi, que defende Amaury Ribeiro Jr., disse que é “inverdade” que o jornalista tenha pago R$ 12 mil ao despachante Dirceu Garcia. “Isso vai ser provado cabalmente. Amaury não contratou os serviços dessa pessoa e aceita acareação. Ele procurou acesso a documentos públicos, não sigilosos, na Junta Comercial e cartórios judiciais. Fez trabalho investigativo, não cometeu delito.” Firpi negou que o jornalista tenha feito depósitos em conta do despachante. O advogado disse que Amaury abre mão do sigilo. “Todos os citados, inclusive Verônica Serra, devem abrir o sigilo espontaneamente.”

ANJ critica proposta de criação de conselho
O diretor executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira, classificou de “obscurantista e autoritária” a proposta de criação do Conselho de Comunicação do Estado (Cecs), aprovada pela Assembleia do Ceará, por iniciativa da deputada Raquel Marques (PT). O conselho estadual segue diretrizes estabelecidas pela 1.ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Essas diretrizes chegaram a integrar o programa de governo da presidenciável Dilma Rousseff (PT), apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Diante da polêmica em torno das propostas, que preveem o controle da mídia, elas acabaram sendo retiradas do texto pela petista.

A ANJ teme que, na prática, o futuro órgão, cuja existência ainda precisa passar por sanção do governador Cid Gomes (PSB), acabe sendo usado para controlar a imprensa. “Quem deve controlar os veículos de comunicação deve ser sua audiência. Não cabe a nenhum órgão do Estado exercer este papel”, defendeu Pedreira. A proposta de criação do conselho foi aprovada por unanimidade na Assembleia.

A Confecom, promovida por iniciativa do governo federal, contava com apoio de setores do PT que defendem o controle dos meios de comunicação. “A proposta é inconstitucional e esperamos que não seja sancionada pelo governador, até porque atenta contra a democracia e o bom senso”, afirmou o executivo da ANJ.

EUA tentam impor limites aos saldos comerciais de outros países
As disputas cambiais que ameaçam se transformar em uma guerra global estarão no centro do encontro de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais das 20 maiores economias do mundo que começa hoje na Coreia do Sul. Estados Unidos e União Europa devem centrar fogo no nível de desvalorização da moeda chinesa, outro grupo de países, incluindo o Brasil, vai buscar acrescentar ao debate os desequilíbrios criados pela política monetária expansiva americana, que ameaça inundar de dólares os países emergentes, com a consequente pressão sobre suas moedas.

Ontem, o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, propôs, em entrevista ao Wall Street Journal, um acordo sobre “normas” de política cambial. Os EUA querem estabelecer metas numéricas sustentáveis para superávits e déficits comerciais.

A medida seria um avanço em relação à promessa feita pelo G-20 em 2009 de limitar o crescimento das exportações em países de rápido crescimento que apresentam superávit, como a China, e reforçar as poupanças nas economias deficitárias ricas, como os EUA. A medida afetaria o jogo de forças internacional, limitando o desequilíbrio entre as economias.

Brasil e EUA discutem ação conjunta
Às vésperas do encontro de ministros de Finanças do G-20, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, combinaram aumentar a pressão no grupo para que seja formalizado um acordo que ponha fim à “guerra cambial” em andamento no mundo.  Por telefone, Geithner conversou com Mantega sobre a crise no câmbio, que se acirrou nas últimas semanas e tem levado vários países, entre eles o Brasil, a adotarem medidas intervencionistas para desvalorizar suas moedas. Mantega disse ontem que os EUA precisam colaborar.

Ao relatar o teor da conversa, que ocorreu na quarta-feira, Mantega contou que Geithner garantiu que não pretende permitir a desvalorização do dólar. “Disse a ele que se levar essa posição ao G-20 dando declarações claras de que o dólar não vai ser desvalorizado, podendo até ser valorizado, teremos mais condições de abrir uma negociação.” Dessa forma, disse Mantega, não fica a pressão só em cima dos chineses. “Se não, fica difícil. Desvalorizar o dólar e querer que valorizem o yuan”, criticou. O ministro disse que tem “batido muito na tecla” de que o que mais desestabiliza o câmbio mundial é a desvalorização do dólar.

“Combinamos que ambos iríamos pressionar para colocar na agenda do G-20 o tema específico da discussão cambial. Chegamos à conclusão de que já há maturidade para seja tratada pelo conjunto dos países e não isoladamente.”

A conversa com Mantega, que cancelou a ida à reunião dos ministros de Finanças do G-20, ocorreu a pedido do secretário americano. Primeiro a alertar para o risco de uma guerra cambial e comercial de proporção global, Mantega tem defendido junto ao G-20 uma ação coordenada dos países como solução urgente para a crise que, na avaliação do governo, pode se agravar. Sem um acordo, avalia a equipe econômica do Brasil, não haverá solução para o problema no médio prazo e as práticas unilaterais de intervenção no câmbio só tendem a crescer e levar a outras ações de caráter protecionista como forma de defesa econômica.

O GLOBO

Serra acusa Lula por ‘clima de violência’ em campanha
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, acusou nesta quinta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo clima de violência na campanha eleitoral. “A atitude do presidente da República, de se jogar de corpo e alma no processo eleitoral, em vez de governar e, ao mesmo tempo, incitar a destruir os adversários… só contribui para esse clima de violência”, disse Serra durante agenda de campanha em Maringá (PR), segundo informações da campanha tucana.

“É gente preparada para intimidar… Nós somos contra tratar o adversário como inimigo a ser destruído”, disse o presidenciável, referindo-se ao incidente da véspera.

Na quarta-feira, Serra foi atingido na cabeça durante caminhada no Rio de Janeiro após confronto entre militantes do PT e do PSDB. Segundo a assessoria do candidato, Serra teria sido acertado por um “pesado objeto”. Imagens do SBT mostraram o que parece ser uma bolinha de papel atingindo o tucano. Nesta tarde, Lula acusou Serra de patrocinar “mentira descarada” e considerou o episódio como uma simulação de agressão.

Dilma repete Lula e debocha de Serra
Enquanto o Jornal Nacional mostrava hoje à noite uma outra cena em que o candidato do PSDB, José Serra, era atingido por uma espécie de bobina de adesivos, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, acusava o tucano de fazer de uma “bolinha de papel” uma “arma maligna”.

A acusação, feita à tarde pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com base em uma reportagem do SBT, já havia causado indignação entre os tucanos. Agora à noite, no comício em Caxias do Sul, Dilma voltou ao tema: – Hoje vimos uma bolinha de papel virar uma arma maligna. Usam o mesmo expediente do Rojas (goleiro do Chile), que se feriu com uma gilete para causar tumulto – disse Dilma, que prosseguiu:

– Uma televisão gravou e aparece nitidamente uma bolinha de papel; hoje a gente assistiu – concluiu a candidata sobre o episódio que ocorreu no Rio, anteontem, quando tucanos e petistas protagonizaram uma guerra nas ruas. Dilma usou também o incidente ocorrido ontem em Curitiba, quando seu carro foi atingido por uma bexiga cheia de água: – Não faço conversa fiada com bola de borracha cheia de água. Eu me esquivo.

‘The Economist’: Serra seria um melhor presidente
“Após oito anos de governo do PT, o Brasil se beneficiaria de uma mudança”. É a conclusão a que chega a revista britânica “The Economist”, que publicou ontem uma análise da eleição brasileira. Sob um título que pode ser traduzido como “Segundo round, novos pensamentos?”, o texto diz que José Serra (PSDB) “seria um presidente melhor” que Dilma Rousseff (PT).

Segundo “The Economist”, Serra “tem sorte de ter tido uma segunda chance, pois sua campanha fora azarada” e deve o adiamento da decisão à votação de Marina Silva (PV) e à influência de líderes religiosos. Afirmando que o Brasil agora “tem escolha” e que Serra “é mais persuasivo”, a revista diz que “Dilma ainda pode ser a favorita, mas Serra agora tem mais energia, e a eleição está em aberto” — o que, continua, já seria algo bom em si, pois Dilma não mereceria ganhar só por ser a escolhida de Lula.

O texto diz que Serra, apesar de defeitos como querer gerenciar “tudo”, seria “mais rápido em cortar gastos públicos e eliminar déficit fiscal”, e em “mobilizar capital privado para infraestrutura”. Enquanto Dilma “não é Lula, não tem suas habilidades políticas e pragmatismo”, Serra, apesar de ter sido “um oponente pobre”, foi um “ministro, prefeito e governador eficiente”.

Presidente da CNBB – Igreja não pode calar
Em meio ao grande espaço ocupado pelo debate religioso nestas eleições, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha, afirmou nesta quinta-feira que não se pode silenciar a Igreja, o que chamou de “ditadura laica”.

Para o presidente da entidade, a instituição deve defender critérios e valores como o de defesa da vida, sem, no entanto, orientar a votação em determinado partido ou candidato. “Numa sociedade democrática, o que não se pode fazer é querer silenciar a Igreja como se ela não pudesse manifestar a sua posição”, defendeu o presidente da CNBB.

Os temas aborto e religião ganharam destaque na reta final da campanha do primeiro turno, e líderes religiosos pregaram abertamente contra o voto nos candidatos do PT, especialmente por posições sobre o aborto. Isso acabou gerando um debate sobre a influência das igrejas entre os fiéis e, ao mesmo tempo, levou a uma busca de aproximação por parte dos candidatos que concorrem à Presidência da República.

STF volta a julgar Lei da Ficha Limpa na quarta-feira
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, decidiu colocar na pauta de julgamentos da próxima quarta-feira o recurso do senador eleito Jader Barbalho (PMDB-PA) contra a Lei da Ficha Limpa. Ele foi o segundo candidato mais votado nestas eleições no Pará, com 1,79 milhões de votos, considerados nulos porque sua candidatura foi barrada pela Justiça Eleitoral.

Jader Barbalho foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa por ter renunciado ao mandato de senador em 2001, para evitar um processo de cassação por quebra de decoro. O relator do caso no STF é o ministro Joaquim Barbosa. Esta será a segunda vez que o tribunal julgará um caso com base na nova lei. A primeira foi o caso do ex-candidato ao governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz, que também renunciou ao cargo de senador temendo ser cassado.

Na ocasião houve um impasse, com cinco ministros votando pela aplicação da lei nas eleições deste ano, e cinco contra a validade da regra nestas eleições. O empate levou Roriz a renunciar à candidatura. Em seu lugar, o ex-candidato colocou sua esposa, Weslian Roriz, que disputa o segundo turno contra o petista Agnelo Queiroz.

Filho de Erenice recebeu propina, diz ex-piloto
O ex-piloto de motovelocidade Luís Corsini afirmou na quinta-feira, em depoimento à Polícia Federal, que pagou R$ 40 mil a Israel Guerra, filho da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, para obter um patrocínio de R$ 200 mil da Eletrobras em 2008.

Numa das acusações mais contudentes contra a ex-ministra, Corsini disse ainda que, se não fosse a ajuda de Israel, não teria recebido a ajuda. Em 2007, o mesmo pedido de patrocínio foi rejeitado pela Eletrobras. Israel e Erenice Guerra estão sendo investigados por tráfico de influência na Casa Civil.

A ex-ministra foi exonerada do cargo no início do escândalo. No final de setembro, ela deixou o conselho de administração da estatal. – Foi tudo falado sobre esse governo corrupto. Eu paguei os R$ 40 mil para ele (Israel Guerra). Eu só consegui o patrocínio porque aquele f.d.p. entrou no circuito – disse Corsini ao GLOBO depois do depoimento ao delegado Ruberval Vicalvi.

O ex-piloto disse que pagou a “taxa de sucesso” de Israel em três parcelas. A primeira, de R$ 9 mil, teria sido paga com um cheque assinado pelo presidente da Federação Brasiliense de Motociclismo do Distrito Federal.

MPF descarta fim da investigação sobre quebra de sigilo
Em nota divulgada nesta quinta-feira, o Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) informa que as investigações sobre a quebra de sigilo fiscal de tucanos e pessoas ligadas ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, só serão concluídas quando “todos os fatos e responsabilidades sejam integralmente esclarecido”.

O MPF esclarece também que está em contato com o delegado responsável pela condução do inquérito e com a Receita Federal e vem recebendo relatórios sobre o inquérito. Ainda segundo o órgão, nenhuma hipótese de investigação será descartada.

“Somente o MPF, como titular privativo da ação penal pública, e não a Polícia Federal, pode dar investigações por encerradas, já que, mesmo quando relatados os autos do inquérito policial, ainda pode o Procurador da República requisitar ulteriores diligências”, diz a nota.

Datafolha: Agnelo abre 23 pontos de vantagem
O petista Agnelo Queiroz, candidato a governador do Distrito Federal, mantém o crescimento nas intenções de voto e abre vantagem de 23 pontos sobre a candidata Weslian Roriz (PSC). Segundo pesquisa Datafolha feita ontem e anteontem, Agnelo tem 54% das intenções de voto, contra 31% de Roriz. Na semana passada, o petista aparecia com 53%, e sua adversária, com 35%.

Brancos e nulos somam 8%, e 7% dos eleitores estão indecisos. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. Se considerados os votos válidos (brancos, nulos e indecisos são excluídos), Agnelo tem 64% das intenções de voto, contra 36% de Roriz. Entre os entrevistados, apenas 10% afirmam que ainda podem mudar de voto.

OAB do Ceará critica projeto de controle da mídia
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Valdetário Mota, disse nesta quinta-feira que o projeto indicativo que propõe a criação do Conselho estadual de Comunicação não é inconstitucional e cerceia a plena liberdade de expressão. De autoria da deputada estadual Raquel Marques (PT), a proposta foi aprovada por unanimidade pela Assembleia Legislativa do Ceará na última terça-feira e foi encaminhada para o governador Cid Gomes (PSB).

Segundo ele, uma análise preliminar do projeto causou “preocupação”. Valdetário Mota afirmou que o artigo 224 da Constituição Federal prevê que nenhum projeto de lei poderá tratar de matéria que afete a liberdade de expressão jornalística.

– Da forma como está (o projeto indicativo), ele cerceia a plena liberdade de expressão e é inconstitucional, criticou o presidente da OAB. – Usar a palavra monitorar é preocupante.

Morte de jovem militante de esquerda causa revolta em Buenos Aires
Milhares de argentinos marcharam nesta quinta-feira na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, em protesto pela morte de um jovem militante de esquerda, um dia depois do incidente. Num clima de tensão, a Casa Rosada foi acusada de ser responsável pela morte de Mariano Ferreyra, de 23 anos. Ele teria sido baleado em meio a choques entre manifestantes do PO e representantes da União Ferroviária (que se opõe à contratação dos trabalhadores terceirizados), sindicato que estaria vinculado ao governo.

Dirigentes do esquerdista Partido Operário (PO), que lidera o protesto, pediram às autoridades que uma delegação das organizações fosse recebida na sede do governo. – A promotora da causa disse que foi um crime a sangue frio, mas ainda não há presos – disse Jorge Altamira, dirigente do PO, a um canal de televisão.

Governo francês tenta acelerar reforma da Previdência
A votação no Senado da reforma da Previdência francesa, que, entre outras medidas, eleva a idade mínima da aposentadoria de 60 para 62 anos, ficou para hoje, devido à enorme quantidade de emendas apresentadas pela oposição, que tentava ganhar tempo. Na tentativa de aprovar mais rapidamente o projeto de lei sobre a polêmica reforma da Previdência no Senado francês, o governo de Nicolas Sarkozy decidiu utilizar o procedimento de voto único (ou voto em bloco), pondo fim à discussão individual dos temas.

“Há mais de 120 horas de discussão (…) as trocas foram alimentadas, a expressão já foi plena, livre”, afirmou o ministro do trabalho, Eric Woerth, segundo o jornal “Le Monde”. Segundo ele, não há necessidade de “acrescentar mais 50 horas à discussão. “O debate não deve durar por durar”, acrescentou. A decisão foi apresentada pelo governo no meio da tarde desta quinta-feira.

O voto único é um procedimento constitucional que permite ao governo pedir aos membros da assembleia que se pronunciem por um único voto a respeito do conjunto do texto e das emendas aprovadas. Esse procedimento permite acelerar o processo, mas restringe a liberdade de ação dos parlamentares, ou seja, ou eles adotam o texto proposto pelo governo com as emendas aprovadas por eles, ou recusam o texto.

CORREIO BRAZILIENSE

Servidores do Senado passarão a usar leitor biométrico para bater o ponto
De acordo com ato do primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), a partir de 1º de dezembro, todos os servidores efetivos e comissionados da Casa devem utilizar o “smart card” para bater ponto. Os funcionários terceirizados não terão que aderir ao sistema. De acordo com a Secretaria de Comunicação do Senado, 82 leitores biométricos serão instalados nas dependências da Casa para uso dos servidores. Com esse tipo de identificação, os funcionários não poderão mais utilizar o sistema de ponto por senha, atualmente em funcionamento.

De acordo com o edital de licitação feito pela Câmara — especificações que o Senado aceitou por meio do termo de adesão quando decidiu não licitar o sistema para acelerar o processo de implantação da identificação biométrica —, o custo unitário de cada crachá é de R$ 31,75 pela base do smart card acionado por aproximação, acrescido de outros R$ 6 para uma espécie de chip usado para a gravação e a modificação de dados. O detalhamento do custo também lista R$ 7,96 de gasto unitário para o sistema de coleta de impressão digital requisitado para a elaboração dos crachás. Com isso, o custo médio das identificações é de R$ 45, sem contar a impressão dos smart cards, a R$ 8,80 a unidade.

A assessoria do Senado informou que um levantamento interno realizado pela instituição mostra que apenas 500 servidores recadastrados agora devem deixar a Casa ou mudar de posto no próximo ano. O Senado também terá que mobilizar servidores para coletar as digitais de mais de 6 mil funcionários e formular banco de dados para gerir as informações no Departamento de Recursos Humanos. O trabalho deve ser realizado pela Polícia Legislativa do Senado. A assessoria do senador Heráclito Fortes afirma que o parlamentar aguarda reunião com o presidente da Casa, o senador José Sarney (PMDB-AP), para discutir mudanças no ato de convocação dos servidores. Funcionários de parlamentares que não foram eleitos podem sair da lista dos chamados para participar do processo de cadastramento no sistema.

A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), integrante da Mesa Diretora, que assumiu a Presidência do Senado durante a licença-médica de Sarney, afirma que não concorda com a confecção dos novos crachás para funcionários que podem ser alterados na próxima legislatura. “Sou muito favorável ao ponto biométrico para se ter controle. E isso é uma decisão da Mesa. Porém, sou contra fazer os crachás dos funcionários que possivelmente vão sair do Senado.” O primeiro-secretário do Senado tenta desengavetar o projeto de controle de frequência de servidores a menos de três meses do fim da legislatura, quando cerca de 3 mil funcionários devem deixar os gabinetes dos parlamentares não eleitos.

Agressões e confusões acirram ânimos na reta final da disputa pelo Planalto
Os presidenciáveis deixaram de lado a polêmica do aborto para investir em outro ponto de discórdia, representado por uma bolinha de papel e por um rolo de fita crepe. Um registro do momento em que o candidato do PSDB, José Serra, foi atingido na cabeça durante caminhada no bairro de Campo Grande, Rio de Janeiro, ganhou o topo dos assuntos mais comentados no Twitter no Brasil e no mundo (leia mais na página 3). O debate, contudo, transcendeu o mundo virtual. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao que chamou de “farsa” do tucano, por supostamente fingir ter sido atingido por objeto contundente quando, na verdade, teria sido vítima de uma bola de papel. Serra e seus aliados afirmaram que o presidente incitava a violência e o acirramento de ânimos na reta final do processo eleitoral e que a agressão verdadeira teria ocorrido depois da bola de papel, com um rolo de fita crepe.

Lula ironizou a reação de Serra, que cancelou a agenda política na quarta-feira para ser atendido em um hospital do Rio de Janeiro. O presidente comparou a atitude do tucano à do goleiro do Chile Roberto Rojas, que simulou um ferimento para obter vantagem em um jogo contra a Seleção Brasileira, em 1989. “O dia de ontem deve ser chamado de o dia da farsa, o dia da mentira. Primeiro, bateu uma bola de papel na cabeça do candidato. Ele nem deu bola, olhou para o chão e continuou andando. Vinte minutos depois, esse cidadão recebe um telefonema, que devia ser do diretor de produção dele, que orientou que ele tinha que criar um factoide. Deve ter lembrado do jogo do Chile com o Brasil”, disse o presidente. Lula afirmou que chegou a cogitar ligar para Serra e mostrar solidariedade, mas afirmou que o presidenciável é que devia desculpas à nação. “Espero que o candidato tenha um minuto de bom senso e peça desculpas ao povo brasileiro pela mentira descarada.”

Depois do incidente de quarta-feira, Serra chegou a ser submetido a uma tomografia para examinar se o ataque em Campo Grande teve consequências. Em seu microblog, o candidato agradeceu às manifestações de apoio e disse que o médico recomendara um dia de descanso. Ontem, ao saber da declaração de Lula, o ex-governador de São Paulo ficou indignado. “Fico preocupado com a principal autoridade da República dando cobertura a atos de violência”, protestou. “Quando o presidente trata adversários como inimigos a serem destruídos, contamina o clima da campanha”, disse em Maringá (PR). “Infelizmente, a atitude do presidente, de se jogar de corpo e alma no processo eleitoral em vez de governar, e ao mesmo tempo incitar a destruir os adversários, só contribui para esse clima de violência.”

Aliados do tucano afirmam que a imagem que mostra o candidato sendo atingido por um objeto é só parte da confusão que ocorreu na caminhada. O ex-prefeito Cesar Maia (DEM-RJ), candidato ao Senado que não obteve sucesso na disputa, escreveu em seu microblog que “Lula mente” e que Serra sofreu mais de um ataque. “O vídeo que circula não é o da agressão. Serra foi atingido instantes antes de entrar na van e não com bolinha de papel”, escreve o ex-prefeito. O segundo objeto seria um rolo de fita crepe.

Polêmica da “bolinha” que atingiu Serra domina redes sociais
Peritos, médicos, ministros, parlamentares e muitos, muitos internautas aproveitaram o dia para discutir se o candidato à Presidência José Serra (PSDB) foi atingido por uma bolinha de papel, por um rolo de fita crepe ou por ambos durante a agenda de campanha no Rio de Janeiro, na quarta-feira. A ausência de debates consistentes na campanha levou os eleitores/internautas a colocarem nos tópicos mais comentados do Twitter a polêmica da agressão sofrida por Serra. Os marcadores “bola de papel facts”, “Serra Rojas”, “Chamex” e “tomografia” tomaram conta da rede de computadores. Alguns usuários ainda tiveram o cuidado de traduzir para o inglês e o espanhol o conteúdo das discussões, para que tuiteiros de outros países pudessem conferir a qualidade do debate político da disputa presidencial brasileira.

Depois da divulgação de vídeos que supostamente mostravam o momento em que um segundo objeto acertou a cabeça do presidenciável, o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), não se cansava de replicar a mensagem dos aliados que diziam que a tese da “bolinha de papel” foi uma farsa do PT. “A bola de papel foi anterior à agressão à Serra. Quem pedirá desculpas agora?”, escreveu Agripino, em referência ao fato de que Lula tinha recomendado que Serra pedisse desculpas à nação.

Antes disso, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que é obstetra, questionou a atuação do médico que atendeu Serra em um hospital do Rio de Janeiro depois do incidente. “Tomografia computadorizada por conta de uma bolinha de papel na cabeça do Serra. Isso é imperícia ou quebra do código de ética médica”, acusou o líder do governo. O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) produziu uma série de piadas com o episódio. “Bolinha de papel assassina, estou convencido: Serra vai ganhar…um papel na novela das oito. Um canastrão a mais, um canastrão a menos”, atacou. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, replicou comentário que qualificava de “vergonha alheia” a consequência da atitude do presidenciável.

Até mesmo um jogo online foi criado.

O objetivo da atração é acertar o maior número de bolinhas na cabeça de Serra. Atônitos com o cenário da sucessão eleitoral deste ano, os eleitores também aproveitaram para rir da situação. “Durex nega ter participação no ataque terrorista a José Serra promovido pela bolinha de papel”, ironiza um internauta.

Dilma e Serra dedicam tempo ao Sul, região que concentra 15% do eleitorado
A corrida desenfreada dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) para conquistar votos do Sul do país é plenamente justificada para os dois lados. Naquela região estão 15% do eleitorado brasileiro, quantidade que, no atual cenário, é suficiente para decidir a eleição. Além disso, a candidata petista tenta reverter o quadro no Paraná e em Santa Catarina, onde não venceu na primeira fase do pleito, e se esforça para manter, no Rio Grande do Sul, a vantagem que tem sobre o tucano. A marcação cerrada dos comandos de campanha no mapa eleitoral fizeram com que os dois concorrentes estivessem, ontem, na região — ela em Curitiba, em Pinhais (PR), em Porto Alegre e em Caxias do Sul (RS); ele em Maringá (PR) e em Ponta Grossa (PR).

Na teoria, usando como base os dados do primeiro turno, José Serra leva vantagem no Sul. Com a eleição para governo nos três estados resolvida e com dois aliados eleitos para o cargo de governador, todas as atenções permanecem focadas na corrida presidencial. No Paraná, por exemplo, o ex-prefeito da capital e, agora, governador eleito Beto Richa (PSDB) recebeu cerca de 3 milhões de votos, 52,44% da preferência dos que foram às urnas. O território paranaense, aliás, foi o escolhido por Serra para iniciar, oficialmente, a campanha presidencial, em julho passado.

A situação Serra, no que tange a questão de apoio político, é ainda mais confortável em Santa Catarina. Naquele estado, Raimundo Colombo (DEM) foi eleito no primeiro turno com quase 2 milhões de votos. A segunda colocada, Ângela Amin (PP), que pertence a uma legenda da aliança nacional de Dilma Rousseff, adota uma postura favorável ao tucano e, sob a alegação de que o PP a deixou livre para escolher o candidato, escreveu na rede de microblogs Twitter: “Minha posição e pró-Serra”. Mesmo sem iniciativas que demonstrem esforço para conquistar votos para o político do PSDB, a decisão de Ângela, também seguida pela bancada do partido na Assembleia Legislativa, deve ser o fiel da balança em Santa Catarina por causa dos cerca de 857 mil eleitores que votaram nela.

Coligação de Agnelo intensifica campanha para eleitores não viajarem
O programa eleitoral de televisão e os discursos do candidato ao GDF Agnelo Queiroz mostram a preocupação da campanha petista com os feriados em meio à realização do segundo turno. Os alertas e apelos para que os eleitores não deixem a cidade continuam sendo feitos durante os horários de propaganda diária no rádio e na tevê e também no corpo a corpo pelas cidades. Coordenadores da campanha de Agnelo estimam que apenas 80% dos 1,8 milhão de brasilienses aptos a votar devem ir às urnas no próximo dia 31. O trabalho da coligação é tentar convencer as pessoas a não viajarem sem antes votar.

O alvo principal desse trabalho é o eleitorado das classes média e alta. O Dia do Servidor Público será comemorado na segunda-feira, 1º de novembro, dia seguinte às eleições. Os funcionários do governo federal terão folga, benefício que foi estendido para os servidores do GDF. No dia 2, Dia de Finados, nem trabalhadores da esfera pública nem funcionários de empresas privadas trabalharão. O temor é que parte dos eleitores aproveite o feriado prolongado para viajar, abrindo mão de votar no segundo turno.

Na avaliação de especialistas e da própria campanha petista, Agnelo Queiroz seria o principal prejudicado com esse problema, já que ele ganhou a disputa no primeiro turno das eleições em regiões de alta renda como Plano Piloto, Lago Sul e Sudoeste. Apesar de Weslian Roriz ser a maior beneficiada com o feriado, já que seus votos se concentram nas áreas mais carentes,  os coordenadores de campanha da candidata do PSC defendem que todos os brasilienses devem ir às urnas em 31 de outubro.

A primeira menção sobre esse assunto no programa eleitoral de Agnelo foi ao ar no último dia 13. No fim do programa eleitoral do candidato petista, um rapaz carregando uma mochila pedia para que as pessoas não viajem no dia da votação para não ficarem com “peso na consciência nos próximos quatro anos”. Os apelos foram repetidos nas propagandas televisivas seguintes e, de acordo com a coordenação de campanha de Agnelo, vão permanecer no ar até o fim do segundo turno.

Candidatos ao GDF querem atrair fábricas para os municípios vizinhos
A economia do Distrito Federal é movida pelo comércio e pela prestação de serviços. Esta realidade se deve, principalmente, à área reduzida do quadrilátero da capital federal para a produção agrícola em larga escala e o desenvolvimento de indústrias de grande porte. Assim, as apostas para o futuro se voltam para os setores de tecnologia e de produtos farmacêuticos. Os dois candidatos ao Governo do Distrito Federal, Weslian Roriz (PSC) e Agnelo Queiroz (PT), pretendem desenvolver a produção industrial no centro do Brasil – mas não detalham as áreas de interesse. E, com isso, criar empregos e diminuir as importações. Os políticos pretendem aproveitar a alta do comércio para estimular os micro e pequenos empresários.

O plano de governo da candidata pelo PSC é ousado. Prevê a ampliação do quadrilátero do DF e a instalação de um aeroporto de cargas na parte norte da cidade. As duas ações independem das vontades do governador. Ainda assim, Joaquim Roriz – e agora Weslian – tentará negociar as obras com o governo federal para atrair empresários que queiram investir no setor industrial. A candidata ainda pretende reduzir os impostos dos itens da cesta básica e de produtos duráveis, como geladeira e fogão. “Queremos manter as empresas aqui e incentivar a vinda de novos investidores, com incentivos fiscais, sempre dentro da lei. Vamos defender o DF das chamadas guerras fiscais e gerar emprego e renda para a população”, explicou a candidata.

Weslian promete ampliar as linhas de crédito para o setor produtivo, estimular a implantação de agroindústrias e a formalização do empreendedor individual. Para Weslian, vale também aprimorar a legislação para concessão de alvarás de funcionamento para incentivar a abertura de mais comércios. Atualmente, apenas as administrações regionais podem autorizar o estabelecimento a abrir as portas. E fica a cargo da Agência de Fiscalização (Agefis) cobrar do empreendedor a atualização dos documentos. “Vamos defender os interesses das empresas que são de Brasília para mantê-las aqui e gerar emprego e renda”, reforçou Weslian.

Agnelo Queiroz pretende estimular o desenvolvimento do comércio com a criação da Secretaria de Micro e Pequenas Empresas. De acordo com ele, a pasta concentraria ações como a formalização e a qualificação de feirantes, abertura de linhas de crédito para microempresários e melhorias na infraestrutura dos centros comerciais. “O DF tem a vocação para as micro e pequenas empresas, que concentram 80% do comércio local. Ainda existe um bocado de informalidade. Precisamos transformar isso em virtude. São pessoas ávidas, talentosas que precisam receber do governo um mínimo de estrutura para sobreviver.” Congresso em Foco

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