Manchete nos Jornais para esta Quinta-Feira 02 de Setembro de 2010

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E o argumento de que há um balcão de compra? – “É isso que fazem as ditaduras”, afirma Monica Serra – Aliado de Lula no PR quer reprimir invasão de terra – Para jornalista, dossiê foi “plantado” por setores do PT – PSDB, DEM e PPS ingressaram ontem com representação pedindo ao TSE cassação do registro de Dilma

CORREIO BRAZILIENSE

Lula, cabo eleitoral de R$ 2,5 milhões

O comitê financeiro da candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, reservou R$ 2,5 milhões para gastar com a mobilização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo votos Brasil afora. Desse total, foram gastos R$ 344,5 mil nos primeiros 23 dias de campanha em julho. Segundo o tesoureiro da campanha, José Filippi Júnior, a previsão é que as despesas tripliquem em agosto graças à maior participação do principal cabo eleitoral da campanha em prol de sua pupila. Filippi disse que os R$ 2,5 milhões levam em conta os dois turnos. “No primeiro, devemos ficar um pouco abaixo disso”, afirmou o tesoureiro, ex-prefeito de Diadema, no ABC paulista. Lula já participou de comícios em Curitiba, Belo Horizonte, Campo Grande, Osasco (SP), Mauá (SP), São Bernardo do Campo (SP), Salvador e Recife. Essas agendas ainda não tiveram o valor calculado pela Casa Civil.

No primeiro mês da campanha, quando Dilma Rousseff não havia consolidado a dianteira em relação a José Serra (PSDB), os comícios ocorreram no Rio de Janeiro, em Garanhuns (PE) e em Porto Alegre (RS). A Casa Civil, responsável pelo cálculo, informou que a despesa do comício do Rio, o primeiro ato com a participação de Lula, subiu de R$ 58,1 mil para R$ 118,6 mil. A diferença deve-se a uma decisão da campanha de Dilma, de ressarcir todas as despesas de transporte ocorridas nos trajetos das viagens. Antes, o PT devolvia aos cofres públicos apenas o custo do deslocamento de Lula da agenda oficial para o ato político. O custo passou, então, a ser calculado a partir de Brasília. “Para não ter dúvida. Se o presidente saiu de Brasília e vai para participar da campanha depois de ato oficial, vamos ressarcir tudo”, disse Filippi.

Dados fornecidos pela Casa Civil mostram que em Garanhuns a participação ao lado de Dilma no Festival de Inverno ficou em R$ 113,8 mil. O comício em Porto Alegre custou R$ 112,1 mil. O comitê financeiro havia devolvido R$ 58,1 mil na primeira parcial da prestação de contas entregue no início de agosto. Na terça, ressarciu R$ 286,4 mil, segundo informou a campanha. O valor consta do documento a ser entregue ao TSE hoje, com a segunda parcial de arrecadação e gastos.

Farc longe de ser prioridade

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, aproveitou o encontro com o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, para colocar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) como “uma questão mais do adversário (José Serra) do que da Colômbia” — uma referência clara às declarações da equipe tucana que tentou vincular o PT com a guerrilha. “Temos uma posição clara em relação às Farc, que é contrária ao narcotráfico. Não temos por que participar de qualquer atitude de pacificação ou de diálogo com as Farc, a não ser que a Colômbia nos peça. Em momento algum o presidente (Santos) perguntou a respeito. É mais uma questão do meu adversário do que da Colômbia”, declarou Dilma, ao sair de um encontro de meia hora com Santos na embaixada colombiana em Brasília.

Dilma falou que o assunto Farc foi comentado “en passant” durante a conversa, quando houve uma referência ao projeto do governo brasileiro de comprar dez veículos aéreos não tripulados (vant) para monitoramento das áreas de fronteira. “Ele estava mais interessado em falar da política de inclusão social do governo Lula”, comentou Dilma, passando a discorrer sobre os temas que tem tratado, inclusive no horário eleitoral gratuito, como agricultura familiar e a política de compra de tratores, financiamentos e de compra de alimentos.

Ao falar com os jornalistas por cerca de 10 minutos na porta da embaixada, a candidata deixou transparecer a expectativa de vitória no primeiro turno. “Fiquei encantada com a qualidade da conversa. Disse ao presidente que, caso seja eleita em 3 de outubro, terei uma relação muito especial e prioritária com nossos parceiros colombianos”. Entusiasmada com a perspectiva de parceria entre os dois países, Dilma citou ainda as áreas de biocombustíveis e biotecnologia: “Compartilhamos uma reserva de água e de biodiversidade. E ainda compartilhamos uma fronteira onde o policiamento é crucial”, disse a candidata, defendendo parcerias na área de biotecnologia e bioenergia.

FOLHA DE S.PAULO

Sigilo de filha de Serra foi violado com papel falso

A Receita Federal quebrou o sigilo fiscal de Veronica Serra, filha do candidato a presidente José Serra (PSDB), com uma procuração falsa. O documento solicitando acesso ao sigilo fiscal de Veronica Serra tinha registro em cartório onde ela não tem firma reconhecida, carimbo que o tabelião afirma ser forjado e assinatura que ela própria não reconhece.

“A falsificação do reconhecimento de firma é grosseira”, diz Fábio Tadeu Bisognin, do 16º Tabelião de Notas de SP. Para ele, há seis adulterações na procuração. Veronica diz não ter feito o pedido de consulta. O técnico em contabilidade Antônio Carlos Atella Ferreira foi quem apresentou a procuração falsa para pegar na Receita os dados sigilosos da filha do candidato tucano.

Com o documento falso em mãos, em 30 de setembro de 2009, a servidora Lúcia Milan, da agência da Receita em Santo André, coletou as declarações de Imposto de Renda de Veronica referentes aos exercícios de 2007 a 2009, e repassou-as a Ferreira no mesmo dia. Só após a imprensa publicar que o documento não era verdadeiro, a Receita admitiu que “houve falsificação” da assinatura de Veronica. O documento foi entregue ao Ministério Público Federal, que investiga o caso.

Não sabia que era filha do Serra, diz contador

Autor do pedido de quebra de sigilo do Imposto de Renda de Veronica Serra, filha do candidato José Serra (PSDB), o contador Antônio Carlos Atella, 62, diz que atendeu a “um cliente”, alguém “inescrupuloso”, de cujo nome diz não se lembrar. Ele nega ter agido a mando político.

“Não sabia que era a filha do Serra, sou eleitor dele. “Atella falou com a Folha, por telefone, três vezes ontem. Pediu dinheiro para se deixar fotografar -o que foi negado- e usou tom de deboche diversas vezes: “Sou um office-boy de luxo”. Leia trechos das entrevistas.

Folha – O senhor foi procurador da Veronica Serra?
Antônio Atella – Pois é… Estamos dando risada. É uma brincadeira de mau gosto.

Mas o senhor assinou.
Assinei e retirei o documento, mas não assinei como quem pediu.

Não foi o procurador?
Na verdade, não sei se fui ou não. Como trabalho para advogados e tal, os motoboys me entregam. Pediu, estou tirando. Se pedir de quem quiser eu tiro, e a Receita tem que entregar. A Receita não é nem culpada. A funcionária pega uma solicitação e tem que cumprir o ato administrativo.

Quem pediu a da Veronica Serra?
Um cliente. Não sei quem é, algum advogado.

Não lembra quem lhe entregou o papel?
Não lembro. Tenho 42 anos de profissão, tenho clientes de todos os lados, não vou lembrar um caso, o cafezinho que tomei lá atrás, faço de 15 a 20 por dia.

Como é o trabalho?
O advogado me manda a procuração, eu vou lá e retiro o documento. Sou um office-boy de luxo.

Tem ligação, é filiado a algum partido?
Não. Tenho nojo de política. Mas voto no Serra, sou eleitor dele. Agora vou querer ser vereador [risos].

“Não sou perita criminal”, afirma analista da Receita

“Não sou perita criminal. Sou analista da Receita Federal e minha função é orientar o contribuinte.” Foi dessa forma que a servidora Lúcia de Fátima Gonçalves Milan reagiu ontem ao ser questionada se há como verificar a autenticidade de um pedido de cópia de documento, como o feito em nome de Veronica Serra, filha do tucano José Serra.

A analista foi convocada na segunda-feira para depor na comissão de inquérito da Corregedoria da Receita após ter seu nome confirmado em um acesso à declaração de renda da filha do tucano. “Fiz [o acesso] porque cumpri a minha obrigação. Se uma pessoa chega ao CAC [Centro de Atendimento ao Contribuinte], onde trabalho, com uma solicitação de cópia da declaração com firma reconhecida, é direito do contribuinte ter a cópia.”

Na função de analista há 14 anos, quatro deles em Santo André, Lúcia disse que atende em média 40 pessoas por dia e que a solicitação de cópia de documento é “prática comum” na unidade.

Não há uso político da Receita, diz Lula

O presidente Lula afirmou ontem que não há prova de que há uso político da Receita. Para o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, a confecção de dossiês para atingir rivais provou ser “ineficaz”, e não haveria motivo para produzi-los. O governo e o comando da campanha de Dilma avaliam, porém, que a Receita conduziu mal as investigações sobre a quebra de sigilo fiscal de tucanos e acabou produzindo “notícia negativa” para a candidata petista.

“Vamos saber o que está acontecendo porque não falta gente para tentar causar problema em época eleitoral. Eu confio na seriedade da Receita e da Polícia Federal”, disse Lula. “Precisamos saber que não é a primeira vez que aparece essa coisa de dossiê em campanha e não é a primeira vez que é desmentida essa coisa”, completou.

Lula disse que a “curiosidade” dos jornalistas a respeito do caso da filha de José Serra seria esclarecida. Depois, a Receita admitiu que a quebra de sigilo foi feita com base em documento falso. Gilberto Carvalho responsabilizou o PSDB pelo vazamento de informações.

PT optou pela “sordidez”, discursa Serra

A um mês das eleições, com perspectiva de derrota no primeiro turno para Dilma Rousseff (PT), segundo as pesquisas, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, deu uma guinada em sua atitude e adotou o discurso mais contundente desde o início da campanha, em 7 de julho. Para uma plateia de 2.000 pessoas que tomou a casa de shows Credicard Hall, em São Paulo, em evento organizado pela campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), Serra praticamente relançou sua candidatura.

Durante 42 minutos, acompanhado por líderes tucanos e de partidos aliados de vários Estados, Serra chamou petistas de “fascistas”, disse que Dilma é uma “fraude” e que a campanha adversária optou pela “sordidez”. Principalmente, usou pela primeira vez na campanha, de forma explícita, o caso da quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa, que não vinha sendo usado por conta de sua boa relação com Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e pivô do caso. Ao fim do discurso, escrito horas antes do evento, chorou, tendo as lágrimas enxugadas pela mulher, Monica. Um integrante da campanha disse, anteontem, que o evento ficaria conhecido como o “dia da virada”.

Dilma nega participação e chama Serra de “leviano”

A presidenciável Dilma Rousseff (PT) negou participação no vazamento de dados fiscais de Veronica Serra e acusou o adversário José Serra (PSDB) de responsabilizá-la de forma “leviana” pela quebra do sigilo da filha. Em entrevista ao vivo ao telejornal SBT Brasil, ela se declarou vítima de “calúnias”, disse ser a “maior interessada” na investigação e ameaçou processar o tucano.

“Não entendo as razões, aliás, algumas até entendo, que levam o candidato da oposição a levar contra a minha campanha uma acusação tão leviana, que não tem provas nem fundamentos”, afirmou a petista. “Não é possível usar a calúnia ou a leviandade para qualquer vantagem eleitoral”, continuou. “Sou a maior interessada [na investigação], porque estou sendo acusada sistematicamente de forma leviana.” A candidata sustentou a versão de que a Receita Federal não sabia que a procuração usada para abrir os dados de Veronica era falsa. Ela acrescentou que não era “nem pré-candidata” quando a violação ocorreu, em setembro de 2009.

Coligação de Serra pede ao TSE cassação do registro de Dilma

PSDB, DEM e PPS ingressaram ontem com representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra Dilma Rousseff, por abuso de poder político e uso da estrutura do Estado para fins eleitorais no caso da violação dos sigilos. A oposição pede que o tribunal investigue a candidata, membros de sua campanha, além do corregedor da Receita Federal, Antônio Carlos Costa D’Ávila, e do secretário da instituição, Otacílio Cartaxo. O partido pede a inelegibilidade de Dilma.

“Todos os fatos parecem indicar a montagem de um dossiê para denunciar pessoas ligadas ao governo do PSDB”, disse o advogado do partido, Eduardo Alckmin. Presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE) defendeu o afastamento de Otacílio Cartaxo da secretaria. “Ele não tem mais estrutura nem isenção para se manter”, afirmou o senador, em São Paulo.

Para jornalista, dossiê foi “plantado” por setores do PT

O jornalista Amaury Ribeiro Jr., ligado ao “grupo de inteligência” da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT), disse ontem à Folha que não participou da produção de dossiê contra tucanos. Segundo o jornalista, a informação de que documentos foram compilados contra José Serra foi originalmente “plantada na imprensa” por setores do próprio PT no contexto de uma disputa de espaço no comando da pré-campanha da petista, o chamado “fogo amigo”.

Os dois grupos eram representados pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, que teria levado o “grupo de inteligência” para a pré-campanha, e o deputado estadual Rui Falcão. O jornalista diz que concluiu um livro sobre as privatizações no governo FHC e que metade da publicação será dedicada às “intrigas” sobre a existência do dossiê.

Marina diz que Receita vive descontrole e cobra Mantega

A presidenciável Marina Silva (PV) disse ontem que a Receita Federal vive “situação de descontrole” e cobrou explicações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o vazamento de dados sigilosos de Veronica Serra. “Lamento profundamente esta situação de descontrole a que chegamos na Receita Federal. O silêncio do ministro da Fazenda é mais do que um incômodo, gera uma omissão”, criticou.

“É isso que fazem as ditaduras”, afirma Monica Serra

Mulher do tucano José Serra, a psicóloga Monica Serra duvida da inocência da petista Dilma Rousseff na violação do sigilo de sua filha, Veronica. Monica diz que não se conformará com a responsabilização de servidores. “Quero ir até o fim. Quero saber quem é o mandante.”

Folha – Como reage à quebra do sigilo de Veronica?
Monica Serra –
Coisa de quem não tem família, um atentado à democracia que tanto custou aos brasileiros. Temos uma vida limpa, valores, princípios. E o governo deixa as portas abertas para essa quadrilha banalizando tudo. Todos têm que se sentir ameaçados. Já sofremos com duas ditaduras. [No Chile], vi meu filho, de nove meses, com um cano de arma na cabeça. É isso que fazem as ditaduras. Ameaçam os filhos. O que estão fazendo com a Veronica é para atingir o Zé, me atingir. Peço que deixem minha família em paz.

Segundo o governo, há uma procuração.
Ela desconhece. Vão dizer qualquer coisa. Provem. Isso é um crime. Não vou me conformar em dizer que é uma simples funcionária, coitada. Quem é o mandante?

E o argumento de que há um balcão de compra?
Desculpas estapafúrdias. Você acha que o povo é ingênuo? Estão tratando todo mundo como bobo.

Como havia notícias, nunca suspeitaram de violação?
Quando tem campanha, fazem esse tipo de coisa. Nunca tinha chegado tão longe. Havia ameaças, ouvir dizer. Mas eu não tinha visto.

Aliado de Lula no PR quer reprimir invasão de terra

Apoiado pelo PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato do
PDT ao governo do Paraná, Osmar Dias, 58, afirmou ontem que irá reprimir invasões de terra caso seja eleito governador. “A Constituição é clara nesse sentido, E eu, como governador, vou obedecer à Constituição”, disse em sabatina feita pela Folha e pelo UOL em Curitiba.

Dias, que é agropecuarista e já foi secretário estadual da Agricultura, está coligado nestas eleições com PT, PR, PC do B, PSC e com o PMDB do ex-governador Roberto Requião -que, durante seu governo, deixou de cumprir vários mandados de reintegração de posse, alegando que preferia o “diálogo” para conseguir “desocupações pacíficas”.

Alencar vai recorrer à 2ª instância em ação de paternidade

Acusado de litigância de má-fé em processo de investigação de paternidade, o vice-presidente José Alencar vai recorrer na próxima semana ao TJ-MG para tentar anular a decisão. O recurso deve ser apreciado pela 4ª Câmara Cível de Belo Horizonte, em segunda instância.

José Diogo Bastos, advogado de Alencar, rebate as críticas do juiz de Caratinga, José Antônio de Oliveira Cordeiro, que qualificou de protelatório novo recurso no processo, que se arrasta desde 2001. “Desde o início da ação, ele [Alencar] pautou sua conduta em obediência à lei”, disse Bastos. A defesa pretende reverter a sentença embasada em “paternidade presumida”, diante da recusa de Alencar em fazer o exame de DNA. Congresso em Foco

Equipe Fenatracoop

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