Manchete nos Jornais para esta Quarta-Feira 03 de Novembro de 2010

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Jatinhos durante a campanha – Vitória com dinheiro alheio – Carvalho, Bernardo e as metas de 100 dias – PMDB joga duro e Dilma escala Temer – Desafeto de Lula, Perillo sai fortalecido da eleição – Conselho de Comunicação vai ser revigorado – Prioridades de Dilma são enormes abacaxis- Dilma planeja reajustar valor do Bolsa-Família …

Folha de S. Paulo

Dilma quer mudar cálculo de aumento do mínimo

A presidente eleita Dilma Rousseff quer aprovar uma nova regra de reajuste do salário mínimo. Sua equipe de transição vai negociar com as centrais sindicais, em conjunto com o governo Lula, um novo mecanismo para começar a valer já em 2011. A ideia é acertar um novo modelo para evitar o que, pela regra atual, aconteceria no ano que vem: o mínimo não teria reajuste real, sendo corrigido apenas pela inflação. Um auxiliar do presidente Lula disse à Folha, porém, que ele não deixará o governo com “zero de aumento real”. Ontem, em entrevista à Band, Dilma também afirmou que apoiará um reajuste real do mínimo, não seguindo a regra atual. “Como no ano passado o crescimento [do PIB] foi zero, nós vamos discutir com as centrais um aumento maior que esse”, disse Dilma, acrescentando que a intenção é manter regra semelhante à que está em vigor. O reajuste do mínimo foi uma das principais bandeiras de campanha de José Serra (PSDB), que prometeu elevar o salário mínimo dos atuais R$ 510 para R$ 600, bem acima dos R$ 538,15 definidos pelo governo na proposta de Orçamento enviada ao Congresso em agosto.

Oposição coloca reajuste de R$ 600 como prioridade

Principal bandeira da campanha de José Serra (PSDB), o aumento do salário mínimo de R$ 510 para R$ 600 vai ser uma das prioridades da oposição no Congresso até o final do ano. Cientes de que será barrado pelos governistas, DEM e PSDB querem desgastar a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) ao insistir no reajuste -para o qual não há espaço nas contas em 2011. A oposição afirma que o reajuste se tornou uma “obrigação” depois das eleições. “Cabe à oposição defender a tese por uma questão de coerência e, sobretudo, porque o partido e o candidato defenderam que esse mínimo é possível”, afirma o vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).

Demagogia implode política para o mínimo

A exploração demagógica suprapartidária de taxas e valores ameaça implodir a primeira política de valorização do salário mínimo desde o Plano Real, sem que tenha sido demonstrada a necessidade de uma alternativa. Data de dezembro de 2006 o acordo com as centrais sindicais que definiu reajustes conforme o crescimento da economia de dois anos antes. Naquele momento, o presidente Lula abandonava a inviável promessa eleitoral de duplicar o poder de compra do piso salarial. Já descumprida no primeiro mandato, tal meta levaria, pela nova regra, mais uns dez anos para ser atingida -com a economia andando bem. A vinculação entre o mínimo e a variação do PIB combina dois objetivos: pelo lado trabalhista, quem recebe o piso legal mantém sua participação na renda do país; no Orçamento, os benefícios da Previdência, da assistência social e do seguro-desemprego não aumentam mais que a arrecadação de impostos.

Cardozo atua para conciliar PT e PMDB

Um dos coordenadores da equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff, o deputado federal José Eduardo Cardozo, 51, assumiu o papel de buscar uma conciliação entre PT e PMDB. Ele evita dizer se a presidência da Câmara, alvo de disputa entre os dois partidos, pode ser colocada no pacote de negociação de espaço no futuro governo, para evitar disputa aberta. Deputado federal com dois mandatos, Cardozo não se candidatou à reeleição. Alçado à coordenação de campanha graças à proximidade que sempre teve com Dilma, hoje é cotado para o Ministério da Justiça. “Não tenho ideia do que acontecerá comigo”, desconversa.

Quanto mais pobre a cidade, maior a proporção de nulos

Há mais que protesto por trás dos votos nulos. A análise detalhada da votação sugere que uma parte significativa do eleitorado que anulou o voto gostaria de ter escolhido um candidato, mas errou diante da urna eletrônica. A maior evidência é a correlação que existe entre voto nulo e IDH (índice de desenvolvimento humano). Uma correlação entre dois fatores não implica relação de causa e efeito entre um e outro. O que uma correlação mostra é que, quando um dos fatores tem uma variação, o outro também a tem. No primeiro turno, a tendência foi clara: quanto menor o IDH (municípios mais pobres e com escolaridade mais baixa), maior o percentual de votos nulos. No segundo turno, quase não existe correlação entre IDH e voto nulo.

Indústria de armas deu R$ 1,5 milhão a candidatos, diz TSE

Fabricantes de armas e munições declararam à Justiça Eleitoral ter doado R$ 1,55 milhão a candidatos que disputaram o primeiro turno. O dinheiro financiou congressistas da chamada bancada da bala, que liderou o lobby contra a tentativa de proibir a venda de armas por referendo, em 2005. As empresas mostraram ter boa pontaria: os três políticos que mais receberam recursos foram reeleitos. Ex-líder do DEM, o deputado Onyx Lorenzoni (RS) foi quem declarou a maior contribuição: R$ 250 mil, divididos entre a Taurus e a Aniam (Associação Nacional de Armas e Munições), que reúne Taurus e CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos). “Minha relação com o setor é antiga. Sobrevivi a uma tentativa de assalto e estou vivo porque tinha treinamento e arma na cintura”, disse. “São doações às claras.” Lorenzoni já apresentou quatro projetos de lei que atendem interesses da indústria bélica. Um deles, em tramitação, isenta vigilantes de taxa pelo porte de armas.

Guerra quer antecipar escolha de candidato

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso incitou discussão no PSDB ao defender a escolha de seu futuro candidato à Presidência dois anos antes da eleição. Em uma crítica velada ao candidato derrotado José Serra, FHC disse, em entrevista à Folha, que não “se pode ficar enrolando até o final”. A entrevista desagradou aliados de Serra, que só assumiu oficialmente a candidatura em março. FHC reconheceu ainda que o senador eleito Aécio Neves (MG) saiu fortalecido das eleições. Mas não existe candidato natural. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, chamou de sensata a proposta de FHC. “Na minha opinião, devemos ir para a eleição municipal já com candidato à Presidência”, diz. O líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA), concorda.

Dilma estuda nome técnico para ocupar chefia da Casa Civil

A presidente eleita Dilma Rousseff revelou, em privado, que prefere acomodar na Casa Civil um nome técnico em vez de um político. A opção preferida de Dilma é uma mulher: Maria das Graças Silva Foster, conhecida apenas como Graça Foster. Por indicação de Dilma, a quem é ligada desde que ambas atuavam no setor elétrico no Rio Grande do Sul, Graça Foster ocupa a diretoria de Gás e Energia da Petrobras. Foster tem perfil assemelhado ao da própria Dilma. Construiu fama de gerente eficaz e durona. Fixa metas e cobra resultados. Por conta do rigor no trato com os subordinados, ganhou na Petrobras o apelido de “Caveirão” -uma referência ao veículo blindado do Bope, tropa de elite da PM do Rio.

O Globo

PMDB desafia PT e diz que não cederá ‘um milímetro’

Principal parceiro da eleição de Dilma Rousseff, o PMDB começou a negociar oficialmente ontem à noite cargos que pretende ter a partir de janeiro, exigindo manter os atuais ministérios, mas aceitando levar menos, desde que no modelo chamado porteira fechada. O vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP), presidente do PMDB, e o presidente do PT, José Eduardo Dutra, discutiram o assunto em jantar ontem. O modelo já é debatido entre Dilma e a equipe de transição. Há a visão de que, assim, será possível contentar os partidos com menos ministérios. Em entrevistas para TVs, Dilma disse ontem não crer em disputa entre aliados por cargos. No governo Lula, o PMDB teve sete cargos no primeiro escalão: seis ministérios e a presidência do Banco Central, mas com pouco poder na estrutura das pastas. Agora quer mais. É entusiasta da verticalização que, na prática, permite ao partido indicar não só o ministro, mas todos os cargos da pasta, inclusive as estatais.

– O PMDB não terá a ousadia de avançar um milímetro em seus direitos. Mas também não vai recuar um milímetro em seus deveres. Queremos ter o tamanho que hoje temos. Não vamos disputar cargos de outros partidos. Será uma conversa pragmática disse o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN) sobre o jantar entre Temer e Dutra.

Dilma: discutir reeleição agora é “botar carroça na frente dos bois”

A presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), não descartou ontem a possibilidade de ser candidata à reeleição em 2014, mas disse que não quer discutir o assunto agora, mesmo com as notícias de que o presidente Lula planeja ser candidato em 2014. Em entrevista à TV Bandeirantes, ontem à noite, Dilma disse que, embora a praxe no país seja o presidente tentar um segundo mandato, ela não vai iniciar essa discussão antes mesmo de tomar posse. A praxe é essa. Agora, sou mineira e prudente. Acho que essa é a praxe, hoje o presidente eleito tem direito à reeleição. Agora, sem tomar posse, começar a discutir 2014, como vai ser, não dá, né? Acho que é botar não só a carroça na frente dos bois. É botar a carroça, os carros e os caminhões. Não é cabível isso disse Dilma.

Batalha também na Câmara

Além de exigir uma cota representativa do partido no Ministério, o PMDB alertou os colaboradores da presidente eleita Dilma Rousseff que um dos problemas a ser resolvido na relação entre as duas legendas é o comando da Câmara. Outro incômodo para o PMDB dentro da aliança é a luta do PSB por mais poder algo que já aconteceu na campanha com o deputado Ciro Gomes (PSBCE), nomeado coordenador político apesar de suas críticas pesadas ao partido do vice Michel Temer (PMDB-SP). O temor é que o PSB se articule com PDT e PCdoB para formar um bloco político na Câmara novamente, mas, desta vez, com capacidade de medir forças com o PMDB, dificultando a negociação direta entre petistas e peemedebistas pelo comando da Casa.

Presidente eleita defende reajuste real para o salário mínimo em 2011

As discussões sobre o Orçamento da União para 2011 e, em especial, sobre o novo valor do salário mínimo, serão retomadas hoje pelo Congresso e já preocupam a área econômica do governo e a equipe de transição da presidente eleita, Dilma Rousseff. Em entrevista ontem à noite, na TV Bandeirantes, Dilma evitou falar em valores, mas admitiu que será negociado entre governo e centrais sindicais um aumento real para o mínimo que vai vigorar a partir de janeiro. Ou seja, um valor acima da inflação, que eleva o atual mínimo de R$ 510 para R$ 538,15. As centrais defendem R$ 575. Este ano (para 2011), a inflação seria o único aumento, mas o governo Lula vai discutir com as centrais um aumento maior que esse disse Dilma, defendendo a atual política de reajuste do mínimo, que aplica a inflação mais a variação do PIB de dois anos anteriores.

Dilma avalia criação de metas para gastos

O governo de Dilma Rousseff poderá implementar metas para os gastos correntes e os investimentos a serem realizados pela União anualmente, a partir de 2011. Seriam fixados tetos compatíveis com a continuidade da queda da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), que é o objetivo da política de superávits primários e o principal indicador de solvência financeira do país. A medida visa elevar a transparência nas contas federais e permitir um controle das despesas, tendo como parâmetro a qualidade dos desembolsos. O efeito esperado é passar a ideia de responsabilidade fiscal e dar tranquilidade aos agentes econômicos. Há várias formas de estas metas serem implementadas. Uma seria definir quanto será gasto relativamente ao PIB. Por exemplo, quanto do Orçamento poderia ser gasto, no máximo, com o programa Minha Casa, Minha Vida e transformar este valor em um percentual do PIB. Outra forma seria definir o crescimento máximo de determinada despesa ou projeto no período.

Objetivo é comprovar se despesa pública tem qualidade e retorno

A equipe próxima a Dilma Rousseff considera importante o governo comprovar que seus gastos são de boa qualidade e têm retorno. Por exemplo, a ampliação de gastos em treinamento de mão de obra, um dos principais gargalos ao crescimento, seria paga no futuro com o aumento da competitividade das empresas. O mesmo valeria para gastos com servidores, que podem melhorar a gestão da máquina pública. Tem que existir uma meta fiscal global, mas também metas para gastos e investimentos. Se for preciso, até se abate da meta tudo o que se tem que abater e explica-se (à sociedade). Mas o importante é deixar muito claro os objetivos do governo disse um integrante da equipe de transição. Esta meta fiscal global poderia ser a que já está fixada, de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Professor se demite em protesto contra sigilo

O Centro de Referências das Lutas Políticas no Brasil (ou projeto Memórias Reveladas), criado pelo governo federal para reunir e divulgar os documentos secretos do regime militar, está desfalcado desde ontem. Em carta entregue ao coordenadorgeral da entidade, Jaime Antunes da Silva, o historiador Carlos Fico, da UFRJ, anunciou a sua renúncia. A decisão, segundo ele, foi tomada depois que o Arquivo Nacional passou a negar aos pesquisadores acesso aos acervos da ditadura sob a alegação de que jornalistas estariam fazendo uso indevido da documentação, buscando dados de candidatos envolvidos na campanha eleitoral.

Empreiteiras de novo no topo de doadores

Mais uma vez, as empreiteiras se destacaram no universo de doadores privados nas eleições deste ano. Só a construtora Camargo Corrêa, que apoia candidaturas em praticamente todo o país, doou R$ 9,2 milhões para sete governadores eleitos no primeiro turno. No total, até agora, a construtora aparece no TSE como doadora de R$ 31,6 milhões para candidatos de todo o país, vencedores ou derrotados. Até ontem à noite, 13,4 mil prestações finais de contas foram divulgadas pela Justiça Eleitoral, 55,4% do volume total. A soma da arrecadação das campanhas de 13 entre os 18 governadores eleitos em primeiro turno alcançou R$ 264,4 milhões. As duas candidaturas tucanas vencedoras nos maiores colégios eleitorais do país São Paulo e Minas Gerais foram as campeãs em arrecadação. Em São Paulo, Geraldo Alckmin levantou R$ 40,7 milhões, enquanto Antonio Anastasia obteve R$ 38,02 milhões para vencer em Minas.

OAB reage a ataque ao Nordeste no Twitter

A seção Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) entra hoje, na Justiça de São Paulo, com representação criminal contra a onda de ataques aos nordestinos divulgada por meio do Twitter após a eleição de Dilma Rousseff. No domingo à noite, usuários da rede de microblogs começaram a postar mensagens ofensivas ao Nordeste, relacionando o resultado à boa votação de Dilma na região. A representação da OAB-PE é contra a estudante de Direito Mayara Petruso, de São Paulo, uma das que teriam iniciado os ataques. Segundo o presidente da OABPE, Henrique Mariano, Mayara deverá responder por crime de racismo (pena de dois a cinco anos de prisão, mais multa) e incitação pública de prática de crime (cuja pena é detenção de três a seis meses, ou multa), no caso, homicídio. Entre as mensagens postadas pela universitária, há frases como: Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!.

O Estado de S. Paulo

Mal-estar com PMDB faz Dilma pôr Temer na equipe de transição

A presidente eleita Dilma Rousseff designou ontem o vice-presidente eleito Michel Temer (PMDB) para integrar a “equipe de transição de governo. A decisão foi tomada depois do mal-estar causado pela exclusão do PMDB da primeira reunião da equipe, a qual compareceram somente petistas. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, tentou explicar como funcionará o comitê: Eu vou conversar com os diversos partidos. O (Antonio) Palocci trabalhará a questão mais técnica. E o Temer, vamos conversar com ele. Após insistência dos repórteres, Dutra disse que Temer vai coordenar o processo”.

Dilma age para acalmar PMDB e Temer vira coordenador político da transição

O grupo de elite da presidente eleita Dilma Rousseff tirou o dia de ontem para conter insatisfações pelo fato de a primeira reunião de trabalho após a vitória nas urnas ter sido realizada só com petistas, sem a presença dos partidos aliados. O vice-presidente eleito Michel Temer foi formalmente designado como coordenador político dos trabalhos de transição entre as equipes do atual e do futuro governo, que começam na segunda-feira. A tarefa de cuidar da transição, porém, será compartilhada com mais três petistas. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, e os deputados Antonio Palocci (SP) e José Eduardo Martins Cardoso (SP). “Já estou designado pela presidente para conversar com os diversos partidos. O Palocci vai trabalhar a questão mais técnica. E o Michel Temer, nós vamos conversar com ele”, disse o presidente do PT. Questionado com insistência sobre qual exatamente seria a função do vice, ele explicou: “Como ele é vice-presidente, vai na prática coordenar esse processo.”

Dutra chamará todos os aliados para discutir cargos

A batalha por cargos no governo de Dilma Rousseff vai começar formalmente na semana que vem. O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, pretende conversar com os partidos aliados – PMDB, PDT, PSB, PR, PC do B, PRP, PTN, PSC e PTC -, além do PP, que não é da coligação que venceu a eleição mas apoiou Dilma no segundo turno. Dutra quer montar um diagnóstico para entregar à presidente eleita quando ela retornar de sua viagem à Coreia. Dilma vai participar, junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da reunião do G-20, nos dias 11 e 12 próximos. “A ideia é conversar sobre o futuro, podem ser indicados nomes”, declarou Dutra. Ele informou já ter mantido contato inicial por telefone com todos os partidos aliados.

PSB usará voz das urnas para pleitear mais espaço

Fortalecido com a eleição de seis governadores, a maioria no Nordeste, o PSB quer discutir a formação do governo de Dilma Rousseff (PT) com base na nova estatura do partido. Parlamentares e dirigentes da sigla não escondem que vão brigar, sobretudo com o PMDB, por dois ministérios estratégicos: Cidades e Integração Nacional. Os dois ministérios são também cobiçados por peemedebistas. Há ainda sondagens feitas dentro do próprio PT. O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, derrotado na eleição para o Senado em Minas Gerais, já apareceu como cotado para a pasta por petistas. A avaliação no PT é que não há espaço para Pimentel na equipe econômica num futuro governo.

Exemplo de Dirceu afasta Palocci da Casa Civil

Aliados próximos à presidente eleita Dilma Rousseff são categóricos ao afirmar que não há possibilidade de Antonio Palocci ocupar uma pasta política no futuro governo. A futura presidente já teria confidenciado que Palocci vai mesmo ocupar o Ministério da Saúde, apesar de não ser o cargo dos sonhos do petista, que é médico. A avaliação de Dilma reflete a visão do presidente Lula. Caso Palocci viesse a ocupar a Casa Civil ou algum outro ministério criado a partir da reformulação do gabinete da Presidência, o ex-ministro da Fazenda seria alvo fácil da oposição e poderia repetir o script de José Dirceu, que era apontado como o homem forte do governo Lula. A visão de Lula já discutida com Dilma é que Palocci deve permanecer “recuado e interferindo nos bastidores”, segundo um relato de um aliado da petista. O recuo seria necessário pelo passado do ex-ministro, que se envolveu no episódio de violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. O caso o derrubou do ministério e ainda causa constrangimentos.

Dilma planeja reajustar valor do Bolsa-Família

A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) afirmou, em entrevista à TV Brasil, que uma de suas primeiras preocupações, assim que assumir o governo, em janeiro, será aumentar o valor do Bolsa-Família. Na entrevista, Dilma disse, porém, que não dispõe ainda das contas para saber se o reajuste do benefício tornará necessário revisar o Orçamento da União para 2011, já enviado pelo Palácio do Planalto ao Congresso. “Eu pretendo ver isso com mais detalhe”, disse a futura presidente, segundo a Agência Brasil, enfatizando que quer reajustar os benefícios. “O Orçamento é uma peça que está sempre num quadro no qual você opera. É possível conseguir que haja mais recursos para aquilo, dependendo de suas prioridades. Eu tenho o objetivo de reajustar e garantir os recursos (do Bolsa-Família) para que eles não tenham perdas inflacionárias e tenham ganho real.”

Prioridades de Dilma são enormes abacaxis

As duas prioridades da presidente eleita Dilma Rousseff – saúde e segurança pública – são gigantescos desafios que nenhum presidente conseguiu solucionar até hoje, ou sequer minimizá-los. Em entrevistas um dia após a eleição, Dilma destacou que pretende buscar melhorias nestas duas áreas. Um de seus primeiros atos como presidente, disse, será “conclamar governadores para uma grande discussão sobre saúde pública e segurança”. A segurança pública é um enorme abacaxi para Dilma. Todos os dados do setor são grandes, desde homicídios e crimes, passando pela quantidade de presos, vagas em presídios, efetivo policial, gastos com segurança.

DEM recusa ideia de fusão com o PSDB

A ideia de fazer a fusão entre PSDB e DEM para criar um grande e fortalecido partido de oposição foi rechaçada ontem pelo presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ). Para o dirigente, a proposta diminuiria o espaço político da oposição no Congresso e ainda abriria a possibilidade para uma onda de desfiliações. Maia lembra que uma das brechas jurídicas permitidas hoje para que parlamentares troquem de partido sem perderem o mandato por conta da regra de fidelidade partidária é justamente a fusão com outra legenda. “Num período pós-eleitoral, onde o governo federal conseguiu a reeleição, sempre pode ocorrer um oportunismo eleitoral com migrações para o lado que venceu. Uma fusão criaria um precedente legal para permitir uma debandada, por exemplo”, afirma Maia. Para o dirigente, entretanto, a questão não se resume a isso. Ele acredita que as eleições deixaram clara a existência de um eleitorado de centro-direita, que pode ser representado pelo DEM, mas que não encontra tanto conforto nas posições políticas assumidas pelo PSDB.

Plínio bancou mais da metade do valor gasto pelo PSOL

O candidato à presidência da República pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, bancou 52,7% da própria campanha, de acordo com a prestação de contas entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De uma receita total de R$ 99.245, Plínio doou R$ 52.265 – o que inclui o valor estimado de R$ 22 mil pelo uso de seu automóvel particular na campanha, computados como uma espécie de empréstimo. Completam o montante valores relativos à prestação de serviço de militantes e pessoas jurídicas. É o caso de uma empresa de informática, que cuidou da parte de tecnologia da campanha e doou serviços estimados em R$ 20 mil. Há, ainda, doações de pessoas físicas, pela internet ou não. Entre os nomes está o do jurista Fábio Konder Comparato, que deu R$ 200. Os demais colaboraram com quantias que variaram de R$ 10 a R$ 1 mil.

Ibope comemora índice de acertos

Além de apontar com precisão o resultado da eleição presidencial, o Ibope acertou os resultados das votações para governador nas nove unidades da Federação onde houve segundo turno. Na pesquisa realizada na véspera da votação, o instituto previu a vitória de Dilma Rousseff pelo placar de 56% a 44%. Nas urnas, Dilma teve 56,05% e José Serra (PSDB), 43,95%. Na pesquisa de boca-de-urna, feita apenas com eleitores que já haviam votado, o resultado foi de 58% a 42%, no limite da margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. No primeiro turno, o Ibope havia previsto que Dilma teria 51% dos votos, mas ela alcançou cerca de 47% – um resultado fora da margem de erro.

Conselho de Comunicação vai ser revigorado

Esvaziado nos últimos quatro anos, o Conselho de Comunicação Social (CCS) está em fase de remontagem com a decisão do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de pedir a entidades da mídia e sindicais que indiquem seus representantes. Previsto na Constituição como auxiliar do Congresso nas questões relacionadas à mídia, o conselho teve suas atividades deturpadas pelos seus primeiros integrantes, sobretudo os representantes sindicais. Eles sugeriram medidas controladoras, como a de brecar a importação de filmes americanos e a de interferir na atuação de empresas nacionais. Seu primeiro presidente, o ex-ministro da Justiça José Paulo Cavalcanti, evita comentar os impasses provocados pela divulgação das propostas radicais. Mas reconhece que, para ter o funcionamento adequado, o conselho precisa ter “integrantes qualificados”.

Desafeto de Lula, Perillo sai fortalecido da eleição

Apontado como um dos desafetos políticos que o presidente Lula queria derrotar nas urnas, o senador Marconi Perillo (PSDB) foi eleito para um terceiro mandato como governador de Goiás, depois de enfrentar a força política dos principais prefeitos da região e do governador Alcides Rodrigues (PP), seu ex-vice com quem é rompido desde 2006. Com o recall da eleição para senador, quando recebeu 75,82% dos votos válidos, Perillo largou como favorito na disputa contra o ex-governador Iris Rezende (PMDB). “Mas foi quando o Lula entrou na campanha que ficamos realmente preocupados”, admite a senadora reeleita Lúcia Vânia (PSDB).

Correio Braziliense

PMDB joga duro e Dilma escala Temer

Pressionada pelo principal partido aliado nestas eleições, a presidente eleita Dilma Rousseff divulgou ontem nota oficial anunciando que o deputado federal Michel Temer fará parte do comando de transição do governo. A partir de agora, ele será um dos articuladores com o Congresso e com as outras legendas que apoiaram a candidata vitoriosa. O anúncio tenta acabar com o mal-estar que se instalou no PMDB um dia após a eleição de domingo. Das primeiras reuniões para a equipe de transição, participaram apenas os petistas José Eduardo Dutra, José Eduardo Cardozo e Antônio Palocci. O peemedebista ficou fora das primeiras discussões e das listas de colaboradores. O PMDB é um partido parceiro e o vice estará conosco permanentemente, declarou Cardozo. À noite, Dutra e Temer começaram a discutir como será feita a distribuição de cargos.

Carvalho, Bernardo e as metas de 100 dias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escalou o chefe de gabinete Gilberto Carvalho para dividir com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a coordenação da transição de governo. Os dois serão a ponte do Palácio do Planalto com a equipe da presidente eleita Dilma Rousseff que começa a trabalhar na próxima segunda-feira no Centro Cultural Banco do Brasil. Carvalho e Bernardo terão a tarefa de passar as informações sobre o tamanho da máquina administrativa para o grupo chefiado pelo deputado Antonio Palocci (PT-SP), responsável pelos técnicos da transição. Eles terão a tarefa adicional, em conjunto com o estafe de Dilma, de ver as áreas em que é possível colocar metas para a futura administração atingir nos primeiros 100 dias.

Natura teve “forcinha” durante a era Marina

A Natura Cosméticos, empresa dos maiores doadores à campanha presidencial de Marina Silva (PV), foi diretamente beneficiada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) quando a senadora exerceu o cargo de ministra, entre 2003 e 2008. A Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda., do grupo Natura, obteve dez autorizações do MMA para explorar recursos genéticos com potencial de aproveitamento das propriedades na fabricação de perfumes, produtos cosméticos e de higiene pessoal. Das dez autorizações, seis foram concedidas em 2005 e em 2007, anos em que Marina Silva era ministra do Meio Ambiente. No ano passado, foram mais quatro autorizações à Natura. Outros quatro pedidos da empresa estão em análise.

Vitória com dinheiro alheio

As prestações de contas dos candidatos divulgadas pela Justiça Eleitoral mostram uma relação estreita de doadores com obras e contratos em andamento com governos locais em diversas regiões do país. As empreiteiras respondem por um quarto das doações já declaradas em sete estados, num valor global de R$ 139 milhões. Elas injetaram R$ 35 milhões nas campanhas. Uma demonstração das recorrentes coincidências entre as contribuições financeiras feitas a governadores que tentaram reeleição com a existência de contratos com os governos aconteceu no Mato Grosso do Sul. A campanha vitoriosa do governador reeleito André Puccinelli (PMDB) recebeu o aporte de R$ 1,7 milhão doado por João Roberto Baird, dono da Itel Informática. A empresa contribuiu com meio milhão. A boa vontade do empresário com o peemedebista tem razão de ser. A Itel, como explica o portfólio da empresa, é responsável pelas diretrizes de informática de todo estado. Cabe a ela a manutenção do parque tecnológico de diferentes órgãos do governo. Em 2007, primeiro ano do governo Puccinelli, a Itel iniciou a prestação de serviços de informática à Secretaria de Fazenda. O contrato tinha valor de R$ 9 milhões. A empresa e seu dono foram alvos de denúncias do Ministério Público do estado, justamente por suspeitas de irregularidades em contratos firmados com o governo.

Jatinhos durante a campanha

Nos três meses em que se ausentaram da Câmara, para fazer campanha em seus estados, os deputados apresentaram R$ 16,3 milhões em notas fiscais pedindo ressarcimento por gastos supostamente relacionados à atividade legislativa. Apesar de não terem realizado nenhuma sessão deliberativa nos meses de agosto, setembro e outubro, e trocarem o trabalho parlamentar pelo papel de candidato ou cabo eleitoral de aliados, os deputados não deixaram de mandar a conta de suas despesas para a Câmara. Mesmo com o Legislativo parado, os deputados usaram a Cota para Exercício da Atividade Parlamentar para pagar aluguel de jatinhos, carros, bancar gastos com gasolina e, até mesmo, contratar institutos de pesquisa. Congresso em Foco

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