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Efeito impeachment amplia debandada de prefeitos do PT
Com agravamento da crise política,1 de cada 5 eleitos pela sigla em 2012 mudou sua filiação até a metade deste mês
A seis meses das eleições municipais, levantamento da Folha mostra que, de cada cinco prefeitos do PT eleitos em 2012, um deixou o partido até 15 de abril. No total, 135 dos 638 prefeitos eleitos pela sigla pediram desfiliação ou foram expulsos da legenda. O número, que também inclui os que renunciaram ou foram cassados, quase dobrou em relação a outubro de 2015. O movimento de saída de prefeitos petistas para outros partidos foi impulsionado pela chance de a presidente Dilma Rousseff ser afastada por impeachment. Houve perdas grandes em São Paulo (35 dos 74 eleitos), Paraná (19 de 40), Rio de Janeiro (7 de 11) e Mato Grosso do Sul (8 de 13). Entre os municípios estão Osasco (SP) e Niterói (RJ), ambos com mais de 500 mil habitantes. Para o cientista político Carlos Melo, a proximidade das eleições pesa na decisão, pois dá aos que saíram “o discurso da oposição.” O secretário nacional de organização do PT, Florisvaldo Souza, minimiza as perdas e afirma que quem ficou defenderá “a democracia e nosso legado”…
O Globo
Manchete : Alckmin e Serra dizem que PSDB tem o dever de apoiar Temer
Governador de SP afirma, porém, que tucanos não vão ocupar cargos
Apoio do partido pode ser fundamental para que o possível novo presidente enfrente desafios econômicos urgentes, como a dívida dos estados e o risco de calote do governo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que seu partido, o PSDB, tem o dever e a responsabilidade de apoiar o eventual governo de Michel Temer. — Temos o dever de apoiá-lo e sustentá-lo politicamente, mas sem cargo e sem pasta — afirmou Alckmin em entrevista a JORGE BASTOS MORENO. A posição de Alckmim foi reforçada pelo senador tucano José Serra: — Seria bizarro o PSDB ajudar a fazer o impeachment de Dilma e, depois, por cálculos oportunistas, lavar as mãos — disse o senador à repórter MARTHA BECK. Ontem, Temer recebeu em Brasília o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que negou ter sido convidado para o comando da economia, mas discutiu os desafios urgentes que esperam o possível novo presidente. Caso substitua Dilma em maio, quando o Senado decidirá se ela será afastada por 180 dias até o julgamento do impeachment, Temer terá que evitar o calote do governo federal. No dia 23, o Tesouro deve anunciar a suspensão de pagamentos a fornecedores, informa JOSÉ CASADO. Para evitar o colapso, um governo Temer precisará que o Congresso autorize o aumento do déficit orçamentário, de R$ 30 bilhões para R$ 90 bilhões. Nos estados a situação também é crítica: mergulhados em dívidas, os governadores já não conseguem sustentar os gastos com pessoal. (Págs. 3 a 7)
Rio é estado que menos aumentou arrecadação de ICMS
De 1999 a 2015, alta foi de 356%. Mesmo com isenções, economia segue dependente de petróleo (Págs. 29 e 30)
Paes nega demolição de ciclovia
O prefeito Eduardo Paes garantiu ontem que a Ciclovia Tim Maia, que despencou matando duas pessoas, não será demolida. Segundo ele, após a reforma, será necessária a criação de um sistema de alerta para os dias de ressaca. Paes prometeu ainda que as famílias das vítimas serão indenizadas. Ontem, bombeiros suspenderam as buscas por supostos desaparecidos. (Págs. 10 e 11)
H1N1 deixa rastro de medo no Rio
Parentes de vítimas da gripe H1N1, que já provocou 14 mortes no estado este ano, chegam a se mudar para superar a dor da perda repentina. Antecipada, a
campanha de vacinação contra a doença começa amanhã na capital. (Pág. 9)
Lauro Jardim
Apenas 8% dos brasileiros acham que vice é a solução – Pesquisa Ibope revela que 62% dos entrevistados preferem novas eleições para a Presidência (Pág. 2)
Colunistas
MERVAL PEREIRA – PSDB se comportará como o PT se decidir não integrar governo Temer (Pág. 4)
ELIO GASPARI – Oligarquia alvo da Lava-Jato quer república das bananas (Pág. 8)
MÍRIAM LEITÃO – Divórcio entre eleitores e políticos enfraquece a democracia (Pág. 30)
ANCELMO GOIS – Vice-presidente Michel Temer quer um czar na economia (Pág. 14)
VERISSIMO – Os super-heróis não caçam mais vilões. Eles brigam entre si (Pág. 19)
O Estado de S. Paulo
Manchete : Lava Jato vê elo entre sítio usado por Lula e propinas
Notas fiscais ligadas a sítio de Atibaia e movimentações bancárias comprovariam atos ilícitos de ex-presidente
A força-tarefa da Operação Lava Jato considera ter elementos para levar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao banco dos réus por envolvimento com a organização criminosa que corrompeu e lavou dinheiro desviado da Petrobrás, informam Ricardo Brandt, Fausto Macedo, Julia Affonso e Mateus Coutinho. O inquérito sobre a compra e reforma do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), será a primeira acusação formal contra o ex-presidente entregue à Justiça pelo Ministério Público. Com base em notas fiscais localizadas nas buscas e apreensões, depoimentos e movimentações bancárias, a Lava Jato vinculará desvios de recursos na estatal à reforma do sítio e a manutenção de bens referentes a Lula. As empreiteiras OAS e Odebrecht e o pecuarista José Carlos Bumlai serão vinculados aos serviços executados na propriedade, como compensação por obras loteadas pelo cartel que atuou na estatal. (Política A4)
Defesa aponta precipitação
Advogados afirmam que integrantes do Ministério Público desrespeitam segredo de Justiça e denunciam ‘devassa ilegal’ contra petista.
MPF quer ajuda de delatores
O MP Federal em Brasília quer usar um possível acordo de delação de executivos da Odebrecht para avançar nas investigações sobre Lula. (Pág. A5)
Temer planeja desinchar base no Congresso
O vice-presidente Michel Temer (PMDB) planeja rever a base de apoio do governo na Câmara, caso o impeachment avance, relatam Daiene Cardoso e Caio Junqueira. A ideia é trabalhar com uma base não tão ampla como a que deu 367 votos, de 22 partidos, em favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff no domingo nem tão diminuída que não lhe dê maioria simples (257 deputados) para aprovar qualquer proposta. (Política A7)
Análise – Eliane Cantanhêde
O pior cenário para Temer é o PSDB fora do governo e o PT incendiando as ruas durante a transição (A8)
Frisson em Paulínia – À espera de Marcela
Possibilidade de Marcela Temer se tornar primeira-dama faz burburinho crescer na região de Paulínia, sua cidade-natal (Política A6)
Crise em Pernambuco afeta todos os setores (Economia B4 e B5)
Ciclovia tinha trincas antes da abertura
Relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM) apontou que a Ciclovia Tim Maia tinha “trincas e depressões” em julho, seis meses antes da inauguração. O desabamento de parte da pista, na quinta-feira, deixou pelo menos dois mortos. (Metrópole A19)
Carlos Ayres Britto
Sou livre porque participo – Democracia passa por freio de arrumação de métodos e condutas que só não machuca quem estiver com o cinto de segurança da honestidade. (Espaço Aberto A2)
Notas&Informações
Falta de espírito público – É lamentável o comportamento mesquinho e oportunista do mundo político neste momento (A3)
Símbolo de uma política ruinosa – Principais investidores lançaram como prejuízo parte das aplicações que fizeram na Sete Brasil (A3)
Folha de S. Paulo
Manchete : Efeito impeachment amplia debandada de prefeitos do PT
Com agravamento da crise política,1 de cada 5 eleitos pela sigla em 2012 mudou sua filiação até a metade deste mês
A seis meses das eleições municipais, levantamento da Folha mostra que, de cada cinco prefeitos do PT eleitos em 2012, um deixou o partido até 15 de abril. No total, 135 dos 638 prefeitos eleitos pela sigla pediram desfiliação ou foram expulsos da legenda. O número, que também inclui os que renunciaram ou foram cassados, quase dobrou em relação a outubro de 2015. O movimento de saída de prefeitos petistas para outros partidos foi impulsionado pela chance de a presidente Dilma Rousseff ser afastada por impeachment. Houve perdas grandes em São Paulo (35 dos 74 eleitos), Paraná (19 de 40), Rio de Janeiro (7 de 11) e Mato Grosso do Sul (8 de 13). Entre os municípios estão Osasco (SP) e Niterói (RJ), ambos com mais de 500 mil habitantes. Para o cientista político Carlos Melo, a proximidade das eleições pesa na decisão, pois dá aos que saíram “o discurso da oposição.” O secretário nacional de organização do PT, Florisvaldo Souza, minimiza as perdas e afirma que quem ficou defenderá “a democracia e nosso legado”. (Poder A4)
Esquema de propina por empréstimos do BNDES no exterior envolveu diversas empreiteiras, diz Andrade (A8)
Meirelles impõe condições para assumir a Fazenda
Henrique Meirelles foi sondado por Michel Temer para o comando do Ministério da Fazenda num eventual novo governo. A Folha apurou que ele aceitaria desde que pudesse dar a palavra final sobre todos os nomes da área econômica. (Poder A5)
Para a editora da ‘Economist’, Brasil paga por seus erros
Editora-chefe da revista britânica “The Economist”, Zanny Minton Beddoes diz que o Brasil paga pelas falhas do governo, como a falta de reformas estruturais. Cética em relação ao impeachment, ela defende a renúncia da presidente Dilma e novas eleições. (Mercado A21)
Sob gestão Alckmin, frota do Metrô cai 10% em cinco anos
Nos últimos cinco anos, sob gestão Alckmin (PSDB), o Metrô diminuiu de 141 para 127 os trens em operação nas quatro linhas que gerencia em São Paulo. Para a empresa, a redução não altera tempo de espera. (Cotidiano b5)
Editoriais
Leia “Governos mínimos”, acerca de disfunções do Estado brasileiro, e “Clima de boas intenções”, a respeito de assinatura do Acordo de Paris. (Opinião A2)
Edição: Equipe Fenatracoop, Domingo, 24 de Abril de 2016