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Perplexo e inseguro, mundo se questiona: Quais promessas Trump cumprirá?
Presidente eleito terá maior base no Congresso em 88 anos, mas precisará negociar com o próprio partido para pôr planos em prática
Donald Trump assumirá a Casa Branca em 20 de janeiro com a maior base republicana desde 1928, informa Cláudia Trevisan. Mas precisará negociar com grupos do próprio partido para aprovar pautas como aumento do teto de gastos públicos. Democratas também poderão bloquear ou retardar projetos. Trump venceu com discurso populista e nacionalista, de rejeição da globalização e com compromisso de pôr os interesses americanos em primeiro lugar. “Homens e mulheres esquecidos de nosso país não serão mais esquecidos”, disse, após a vitória que surpreendeu o mundo e abalou mercados internacionais, num dia que começou com choque, mas se acalmou após o discurso conciliador e com pedido de união. Para especialistas, ainda não está claro que promessas Trump cumprirá, mas ele certamente poderá jogar por terra iniciativas de Barack Obama, como a reforma da saúde e o plano contra o aquecimento global. Já para deportar 11 milhões de imigrantes ilegais e separar os Estados Unidos do México por muro deve esbarrar na opinião pública…
O Globo
Manchete: O efeito Trump
Presidente eleito faz discurso conciliador, mas EUA e aliados mergulham na incerteza
Política econômica ainda é incógnita, e analistas temem guinada protecionista
Apesar do discurso de união nacional feito pelo 45º presidente eleito dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, a memória da campanha agressiva e das promessas polêmicas levou os americanos e seus parceiros mundiais a mergulharem em incertezas diante da falta de experiência e do estilo explosivo do futuro comandante do país. O presidente Barack Obama e a candidata democrata derrotada, Hillary Clinton, também defenderam uma transição amena, mas já no discurso da vitória Trump sinalizou que buscará viabilizar sua agenda conservadora e nacionalista: “Prometo que serei o presidente para todos os Estados Unidos. Vamos renovar o sonho americano.” A onda conservadora que as urnas irradiaram assustou grande parte do mundo, mas foi bem recebida pela extrema-direita europeia. Mesmo com maioria republicana na Câmara e no Senado, Trump não terá, porém, poderes ilimitados. Economistas temem uma guinada protecionista e um revés na globalização, ressaltando a falta de clareza sobre a política econômica que o futuro presidente deverá implementar. As Bolsas globais reagiram com fortes quedas na abertura dos mercados, mas depois reduziram as perdas diante da avaliação de que muitas das propostas do candidato não conseguirão ser postas em prática. (Caderno Especial)
Russos festejam, e mexicanos lamentam (Caderno Especial)
Economista vê retrocesso na globalização (Caderno Especial)
Democratas têm 4 anos para se reinventar (Caderno Especial)
Os impactos no acordo do clima (Pág. 27)
Colunistas
DORRIT HARAZIM
O mais cru dos presidentes americanos. (Caderno Especial)
MERVAL PEREIRA
O mundo mudou nesta madrugada. (Pág. 4)
MÍRIAM LEITÃO
Parte da agenda Trump é inexequível. (Pág. 22)
CARLOS A. SARDENBERG
Voto contra a globalização elegeu Trump. (Pág. 18)
DEMÉTRIO MAGNOLI
Um mundo de certezas ruiu numa noite. (Caderno Especial)
ADRIANA CARRANCA
Os princípios dos EUA estão em xeque. (Caderno Especial)
FREI BETTO
Tudo se pode esperar do biliardário. (Caderno Especial)
PEDRO DORIA
Trump é o tapa na cara que faltava. (Caderno Especial)
FLÁVIA BARBOSA
Republicanos terão de honrar sua história. (Caderno Especial)
MARY DEJEVSKY
Chance de tornar o mundo mais seguro. (Caderno Especial)
Barreira a pequenos partidos e fim de coligações avançam
Senado aprova parte da reforma política
Por 58 votos a 13, o Senado aprovou ontem a proposta de emenda constitucional que determina o fim das coligações nas eleições proporcionais e estabelece uma cláusula de desempenho, que dificultará o acesso de pequenos partidos ao Fundo Partidário e ao horário eleitoral. Na Câmara, o projeto deve enfrentar resistência. (Pág. 3)
Alerj devolve projeto e compromete pacote
A recusa da Alerj a votar o projeto que cria alíquotas extraordinárias para a previdência no Estado do Rio compromete todo o pacote anticrise, alerta o economista Raul Velloso. Com o projeto, o estado arrecadaria mais R$ 6,8 bi em 2017. (Pág. 9)
O Estado de S. Paulo
Manchete: Perplexo e inseguro, mundo se questiona: Quais promessas Trump cumprirá?
Presidente eleito terá maior base no Congresso em 88 anos, mas precisará negociar com o próprio partido para pôr planos em prática
Donald Trump assumirá a Casa Branca em 20 de janeiro com a maior base republicana desde 1928, informa Cláudia Trevisan. Mas precisará negociar com grupos do próprio partido para aprovar pautas como aumento do teto de gastos públicos. Democratas também poderão bloquear ou retardar projetos. Trump venceu com discurso populista e nacionalista, de rejeição da globalização e com compromisso de pôr os interesses americanos em primeiro lugar. “Homens e mulheres esquecidos de nosso país não serão mais esquecidos”, disse, após a vitória que surpreendeu o mundo e abalou mercados internacionais, num dia que começou com choque, mas se acalmou após o discurso conciliador e com pedido de união. Para especialistas, ainda não está claro que promessas Trump cumprirá, mas ele certamente poderá jogar por terra iniciativas de Barack Obama, como a reforma da saúde e o plano contra o aquecimento global. Já para deportar 11 milhões de imigrantes ilegais e separar os Estados Unidos do México por muro deve esbarrar na opinião pública. (INTERNACIONAL / PÁGS. A10 a A17)
Milhares saem às ruas do país para protestar
Pacíficas, manifestações foram organizadas pelas redes sociais e se espalharam por várias cidades. (PÁG. A11)
Maior protecionismo pode afetar Brasil
Para especialistas, apesar de não ter feito parte da pauta de Donald Trump na corrida eleitoral, o Brasil poderá ser afetado indiretamente, caso ele adote medidas mais radicais de protecionismo. Segundo o ministro Henrique Meirelles (Fazenda), País está preparado para turbulências. (ECONOMIA / PÁGS. B4 e B5)
Arsenal nuclear
Presidente pode muito como chefe das Forças Armadas, mas não tudo, diz Roberto Godoy. (PÁG. A17)
Escolha dos EUA anima direita europeia
Partidos populistas e de extrema direita da Europa querem surfar na “onda americana”, relata Andrei Netto. (PÁG. A17)
Colunistas
Lúcia Guimarães
Analista de pesquisas de opinião e comentarista político são dois profissionais em baixa nos EUA. (PÁG. A13)
Thomas Friedman
Sinto-me angustiado, temendo por meu país. Pela primeira vez, sinto-me desabrigado na América. (PÁG. A14)
Gilles Lapouge
Uma pessoa sentiu-se feliz em Paris: Marine Le Pen, do partido de extrema direita Frente Nacional. (PÁG. A17)
Celso Ming
Contrário à globalização, eleitor de Trump acha que tem gente metendo a mão no seu prato. (ECONOMIA / PÁG. B2)
Cida Damasco
Risco para o Brasil é que Temer tenha decidido pelo realinhamento comercial no timing inadequado. (PÁG. B4)
Jean-Pierre Lehmann
Protecionismo aumentará nos EUA, e a ameaça de uma guerra comercial aberta com a China se aproxima. (PÁG. B5)
Só Marcelo Odebrecht ficará preso após delação
As penas de executivos da Odebrecht que negociam delação estão definidas e, de todo o grupo, o único que deve ficar preso é Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa. Os delatores deverão cumprir prisão domiciliar. Procuradores disseram ontem ver nova ofensiva do Congresso para “enterrar investigações” e anistiar suspeitos de corrupção. Para eles, a proposta que muda regra de acordos de leniência abre brecha para livrar executivos de punição penal. (POLÍTICA / PÁGS. A4 e A5)
Senado aprova barreira a partidos e fim de coligações
O Senado aprovou, em primeiro turno, Proposta de Emenda à Constituição que estabelece cláusula de barreira para partidos que disputarão as eleições de 2018. As legendas terão de obter no mínimo 2% dos votos válidos para a Câmara, em 14 unidades da Federação, para ter representatividade no Congresso e acesso ao fundo partidário e ao programa eleitoral de rádio e TV. O porcentual sobe para 3% em 2022. A PEC ainda determina o fim das coligações a partir de 2020. (POLÍTICA / PÁG. A6)
IPCA de 0,26% é o menor para outubro em 16 anos (Economia/Pág. B6)
Joaquim Barbosa não descarta ser candidato (Política/Pág. A7)
Notas & Informações
Aventura americana
Trump não apresentou nada que o credenciasse a ocupar o cargo. (PÁG. A3)
Inflação menor, mas desafiante
Os sinais de alerta continuam bastante sensíveis. (PÁG. A3)
Cândido Bracher assumirá comando do Itaú Unibanco
O Itaú Unibanco anunciou oficialmente a saída de Roberto Setubal da presidência da instituição fundada por seu pai, Olavo Setubal. Como antecipou Sonia Racy, o cargo será ocupado por Cândido Bracher. (ECONOMIA / PÁG. B12)
Folha de S. Paulo
Manchete: Após vitória inesperada, Donald Trump adota tom moderado e defende união
Empresário bate Hillary no Colégio Eleitoral, com menos votos populares
45º presidente dos EUA promete parcerias internacionais e afaga rivais
Após meses de agressividade na campanha, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald John Trump, 70, adotou um tom conciliatório em seu primeiro discurso depois da vitória e procurou atrair adversários em busca de apoio para realizar suas promessas. O republicano elogiou o serviço prestado ao país pela rival democrata, Hillary Diane Rodham Clinton, 69, e acenou à comunidade global com parcerias, em contraste com manifestações isolacionistas na campanha, relatam Marcelo Ninio e Anna Virginia Balloussier.
Mais velho eleito à Casa Branca, o 45º presidente venceu vendendo-se como o forasteiro capaz de desafiar um sistema corrupto. Contrariou projeções e, até a conclusão desta edição, obteve no Colégio eleitoral 290 votos, de 270 necessários, ante 232 da democrata. O resultado será referendado no dia 19 de dezembro. No voto popular, não decisivo para definir o ganhador no sistema indireto, Hillary tinha 200 mil de vantagem até a noite desta quarta — 59,8 milhões (47,7%) a 59,6 milhões (47,5%). Propostas populistas de Trump atraíram eleitores brancos de zonas rurais e operárias em cinco estados com histórico pró-democrata. A ofensiva antiestablishment remeteu ao “brexit”, votação britânica para deixar a união europeia, e repeliu líderes republicanos. O empresário agora conclama rivais a “curarem as feridas da divisão”.
Republicanos comandarão também a Câmara e o senado, mas o Legislativo e o Judiciário, fortes no país, devem dificultar as iniciativas mais controvertidas, como a deportação em massa de imigrantes ilegais, os cortes de impostos e a revisão de tratados comerciais. Está ameaçada parte do legado do governo Barack Obama, como os subsídios à cobertura médica de 13 milhões de pessoas. O atual presidente elogiou o eleito pela mensagem de união, e Hillary pediu a seguidores aceitação do resultado, mas à noite houve atos anti-Trump em ao menos oito cidades. (Mundo A17 a A26)
Colunistas
Sérgio Dávila
Primeiro ato indica que eleito difere do candidato (Mundo A19)
João Pereira Coutinho
Última esperança é ele ser farsante e entrar no script (Mundo A19)
Roberto Dias
Redes sociais recriam a dinâmica do voto (Opinião A2)
Luciana Coelho
Alta rejeição a Hillary se mostrou determinante (Mundo A21)
Matias Spektor
Países europeus já bebem da mesma fonte política (Opinião A2)
Fernando Canzian
Choque de realidade pode frustrar desglobalização (Mundo A24)
Candido Bracher substituirá Setubal na chefiado Itaú (Mercado A11)
Reforma que acaba com as coligações avança no Senado (Poder A6)
Editoriais
Leia “Triunfo do improvável”, a respeito da vitória de Donald Trump nos EUA, e “Suspeita abominável”, acerca de possível participação da PM em assassinatos. (Opinião A2)
Edição: Equipe Sintracoop, Sexta-Feira, 10 de Novembro de 2016