Manchete dos Jornais nesta sexta-feira, 08 de julho de 2016

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Derrotado pela Lava Jato, Cunha renuncia à presidência da Câmara
Com a decisão, deputado tenta adiar cassação, salvar mandato e evitar que seu processo seja julgado pelo juiz Sérgio Moro
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou ontem à presidência da Câmara dos Deputados, numa tentativa de salvar seu mandato e evitar que processos da Lava Jato dos quais é alvo no Supremo Tribunal Federal sejam remetidos ao juiz Sérgio Moro. Logo depois de anunciar a decisão, ele requereu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que seu processo de cassação seja revisto. O acordo é para que o presidente do colegiado, Osmar Serraglio (PMDB-PR), devolva o caso ao Conselho de Ética. Ele também tenta garantir um aliado à frente da Casa. Ontem, o presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA) convocou eleição para quinta-feira, data que foi antecipada para terça pelos líderes. Catorze nomes estão na disputa pelo cargo. São considerados favoritos Rodrigo Maia (DEM-RJ), Rogério Rosso (PSD-DF) e Fernando Giacobo (PR-PR). No STF, Cunha terá agora seus processos julgados pela 2.ª Turma e não mais pelo plenário. Fazem parte do colegiado os ministros Teori Zavascki, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Celso de Mello e Gilmar Mendes. …


O Globo

Manchete : Cunha renuncia e manobra para tentar salvar mandato
Acusado chora, mas não convence críticos
Acordo pode devolver processo ao Conselho
Eleição na Câmara é marcada para dia 12
Réu na Lava-Jato, afastado do cargo pelo Supremo e ameaçado de prisão e cassação, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou ontem à presidência da Câmara para tentar salvar seu mandato e manter o foro especial. Um ano e cinco meses depois de ser eleito para comandar a Câmara, Cunha saiu sob pressão até de aliados e após costurar um acordo que pode mudar a decisão do Conselho de Ética de abrir processo de cassação contra ele. Ao renunciar, o deputado acusado de receber propinas se disse vítima de perseguição e afirmou que a Câmara está “acéfala, numa interinidade bizarra”, referindo-se ao presidente interino, Waldir Maranhão, indicado por ele para a Mesa Diretora. Contrariando seu estilo frio, Cunha chorou ao falar da mulher e da filha, investigadas na Lava- Jato, mas não convenceu seus adversários. A Câmara marcou para a próxima terça-feira a eleição do novo presidente, que terá mandato-tampão até fevereiro do ano que vem. (Págs. 3 a 7)

Emoção ou encenação?
Conhecido pela frieza e pela fama de calculista, Eduardo Cunha dividiu a opinião de psicanalistas com seu choro. Se para uns foi demonstração de fragilidade, para outros não passou de jogo de cena. (Pág. 5)

Governo prevê rombo de R$ 139 bi em 2017
Meirelles anuncia previsão de déficit e não descarta elevar impostos. Também foram divulgadas novas regras para auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, que poderão gerar economia de R$ 7,1 bilhões (Pág. 21 e Míriam Leitão)

Conselheiro do Carf é preso em flagrante pela PF
Em meio a tanto escândalo, a PF fez operação com escuta ambiente e prendeu em flagrante João Carlos de Figueiredo Neto, conselheiro do órgão que julga recursos contra multas do Fisco. Ele cobrava propina de R$ 1,5 milhão do Itaú, que o denunciou. (Pág. 22)

Banco ilegal suspeito de lavar propina
A Lava-Jato desarticulou a rede de atuação de um banco clandestino, do Panamá, suspeito de movimentar propina da Petrobras. (Pág. 10)

Colunas
MERVAL PEREIRA – Só a cassação daria ao governo nova perspectiva. (Pág. 9)

JORGE BASTOS MORENO – Difícil remover os escombros do monstro. (Pág. 8)

ANCELMO GOIS – Para expiar os pecados, não bastam lágrimas. (Pág. 9)

MÍRIAM LEITÃO – Cunha não resume o drama político do país. (Pág. 8)

LAURO JARDIM – Não há saída para Cunha. É questão de tempo. (Pág. 8)

JOSÉ CASADO – Temer é o maior beneficiário da decisão de Cunha. (Pág. 8)

ILIMAR FRANCO – Queda não atenua a rejeição à política. (Pág. 9)

FREI BETTO – Renúncia de político costuma ser artimanha. (Pág. 9)

SÉRGIO FADUL – Temer terá de provar seu poder de articulação. (Pág. 9)


O Estado de S. Paulo

Manchete : Derrotado pela Lava Jato, Cunha renuncia à presidência da Câmara
Com a decisão, deputado tenta adiar cassação, salvar mandato e evitar que seu processo seja julgado pelo juiz Sérgio Moro
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou ontem à presidência da Câmara dos Deputados, numa tentativa de salvar seu mandato e evitar que processos da Lava Jato dos quais é alvo no Supremo Tribunal Federal sejam remetidos ao juiz Sérgio Moro. Logo depois de anunciar a decisão, ele requereu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que seu processo de cassação seja revisto. O acordo é para que o presidente do colegiado, Osmar Serraglio (PMDB-PR), devolva o caso ao Conselho de Ética. Ele também tenta garantir um aliado à frente da Casa. Ontem, o presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA) convocou eleição para quinta-feira, data que foi antecipada para terça pelos líderes. Catorze nomes estão na disputa pelo cargo. São considerados favoritos Rodrigo Maia (DEM-RJ), Rogério Rosso (PSD-DF) e Fernando Giacobo (PR-PR). No STF, Cunha terá agora seus processos julgados pela 2.ª Turma e não mais pelo plenário. Fazem parte do colegiado os ministros Teori Zavascki, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Celso de Mello e Gilmar Mendes. (Política A4 a A9)

Análises
Eliane Cantanhêde – Dilma e Cunha
Há grande simbiose entre Dilma Rousseff e Eduardo Cunha, mas por motivos diferentes. Eles caminham para o ocaso político e podem chegar ao cadafalso em agosto. (A6)

Dora Kramer – O fim da lenda
Poderosos podem muito, mas não podem tudo. O limite está na perda de apoios, à medida que aliados percebem que certas alianças rendem mais prejuízo que benefício. (A9)

Planalto espera destravar pauta de votações
Para o Planalto, a renúncia de Eduardo Cunha e a convocação de eleição para presidente da Câmara são “o melhor dos mundos” para tentar driblar a crise com votação de medidas importantes pelo Congresso. A ideia é não interferir diretamente na escolha do sucessor, sobretudo porque todos os postulantes, até agora, são da base do governo. (A7)

Governo prevê rombo de R$ 139 bilhões em 2017
Pressionado pelas críticas de que o governo está gastando demais, o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), aprovou uma meta fiscal de déficit de R$ 139 bilhões em 2017. O valor representa vitória da equipe econômica, que insistiu na redução do rombo de um ano para o outro. A medida sinaliza aumento do esforço fiscal para o ano que vem, com redução do déficit em R$ 31,5 bilhões. O déficit chegou a ser estimado em R$ 194 bilhões. O governo aposta em concessões, privatizações, controle de despesas e aumentos “pontuais” de impostos. (Economia B1 a B4)

Celso Ming
Sem aumento de impostos? – O governo Temer conta concentrar o ajuste em 2017 para apresentar os melhores resultados em 2018, ano de eleição presidencial (Economia B2)

Notas&Informações
Com alívio, mas sem perdão – Ao apresentar a renúncia à presidência da Câmara, o deputado Eduardo Cunha afirmou ser vítima de perseguições e que seus algozes não respeitaram sua família. Tudo indica o oposto. A renúncia representou um passo rumo à moralidade pública. Agora, é preciso dar continuidade ao processo de cassação do mandato, bem como às investigações e ações penais. Não pode ficar impune tamanho insulto à lei, à democracia e aos bons costumes. (A3)

O País em modo de espera – A incerteza política é hoje o maior entrave à recuperação da economia brasileira (A3)

As dificuldades da USP – Em um dos momentos mais difíceis da USP, alunos e funcionários fazem exigências irrealistas (A3)


Folha de S. Paulo

Manchete : Cunha renuncia à presidência da Câmara; 5 são cotados à sucessão
Visto como manobra para tentar evitar cassação de mandato, gesto contrariou seguidas negativas do deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou ontem à presidência da Câmara dos Deputados, cargo do qual estava afastado por ordem do Supremo. Em anúncio no qual chorou, disse pagar o preço por ter deflagrado o impeachment de Dilma Rousseff. A eleição do sucessor, para mandato de sete meses, deverá ocorrer na semana que vem e tem como favoritos deputados do chamado “centrão”. Um dos mais fortes e controvertidos políticos a ocupar a cadeira, Cunha negava que renunciaria. O deputado é alvo de processo de cassação por ter omitido dos pares a existência de contas na Suíça. Também é réu em dois processos e alvo em outras investigações sob a suspeita de ser um dos principais beneficiários do esquema do petrolão. A renúncia é vista como uma cartada do peemedebista para tentar evitar a perda do mandato. Um recurso do deputado na Comissão de Constituição e Justiça, que seria votado na próxima semana, poderá agora ficar para agosto. O gesto ocorre dias depois de uma conversa privada entre Cunha e o presidente interino, Michel Temer, em que o deputado disse que aceitaria renunciar desde que tivesse apoio do Planalto para tentar reverter a tendência de cassação. (Poder a4)

Bernardo Mello Franco – Ganância marcou sua ascensão e queda (Opinião a2)

Reinaldo Azevedo – Tchau, querido! Brasil fica melhor sem ele (Poder a8)

Governo prevê deficit de R$ 139 bilhões em 2017
A equipe econômica de Michel Temer (PMDB) anunciou a meta fiscal para 2017, com deficit de R$ 139 bilhões nas contas federais, abaixo dos R$ 170,5 bilhões deste ano. A ala política do governo queria R$ 160 bilhões. Para cumprir o objetivo, o governo do presidente interino indicou que uma alta nos tributos pode ser anunciada em agosto. Há previsão de obter R$ 55 bilhões com aumento de receitas e corte de gastos. (Mercado a14)

Projeto que muda regras do pré-sal avança na Câmara
O projeto de lei que acaba com a participação obrigatória da Petrobras no pré-sal foi aprovado nesta quinta-feira (7) em comissão especial da Câmara e segue para votação em plenário. De autoria do atual ministro José Serra, a proposta já passou pelo Senado. (Mercado a18)

Ricardo Balthazar
Já caiu a ficha de que é difícil não subir impostos
Temer e aliados já perceberam que não têm força para convencer o Congresso a aumentar impostos agora. A aposta é que haverá condições em agosto, depois que Temer puder pregar seu retrato na parede. (Opinião a2)

Editoriais
Leia “Até que enfim”, sobre renúncia de Cunha à presidência da Câmara, e “Regular as agências”, a respeito de degradação dessas instituições. (Opinião a2)


Edição: Equipe Fenatracoop, Sexta-Feira, 08 de Julho de 2016

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