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De acordo com levantamento da Sala de Situação da Dengue, outros tipos de depósitos comumente encontrados nas visitas dos agentes de endemias são vasos de plantas, tanques, hortas, calhas, lajes e objetos de obra e pneus que, juntos, correspondem a 37% do total.
Além da eliminação manual dos possíveis criadouros, o agente de endemias também realiza um trabalho educativo junto à população para que as residências fiquem livres de focos do mosquito.
Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, a implantação do plano municipal de gerenciamento de resíduos sólidos e a criação de programas de coleta seletiva do lixo são uma solução viável para diminuir o número de focos do Aedes aegypti. “Para isso, é necessário que haja o envolvimento de todos, desde o gestor, com o planejamento, execução e incentivo a essa prática, até a população, com a separação do lixo reciclável nas residências”, afirmou.
No feriado do Carnaval, as pessoas que pretendem viajar não podem esquecer de proteger os locais que acumulam água. Para a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Dengue, Jaqueline Finau, a população deve fazer uma vistoria em casa e no quintal antes de viajar. “Vedar adequadamente a caixa d’água, limpar as calhas e proteger ralos de banheiro e de pias são medidas que podem evitar problemas maiores após o retorno para casa”, orienta.
CASOS – O 36º informe técnico deste novo período da dengue (agosto/2011 a julho/2012) relata 337 casos confirmados da doença no Paraná, dos quais 276 autóctones (em que a contaminação ocorreu no Estado) e 61 importados.
Até esta terça-feira (14) foram registradas apenas duas ocorrências graves, que já evoluíram para cura – um caso de dengue com complicação e um caso de febre hemorrágica por dengue.
Os seis municípios com maior número de casos confirmados autóctones são: Londrina (36), Foz do Iguaçu (31), Alvorada do Sul (27), Cambé (22), Francisco Beltrão (20) e Maringá (20).
FRANCISCO BELTRÃO – A Secretaria da Saúde alerta para o aumento no número de casos confirmados nesta semana em Francisco Beltrão. “De agosto até a primeira semana de fevereiro, o município registrava apenas um caso autóctone. Nesta última semana, o número saltou para 20 casos”, disse o coordenador da sala de situação, Ronaldo Trevisan.
Equipes do Governo do Estado foram deslocadas para Francisco Beltrão a fim de avaliar a causa do aumento nas notificações e apoiar as estratégias desenvolvidas pelo município. “Nos últimos anos, o período de fevereiro a abril concentrou grande parte dos casos de dengue no Estado, por isso a secretaria está monitorando todos os municípios que apresentarem crescimento repentino em número de casos e notificações”, ressaltou Trevisan.
MODELO – O município de Curitiba tem um serviço estruturado de coleta seletiva de lixo desde 1989. Este serviço atende, atualmente, 100% do território do município e conta com o apoio de cooperativas de catadores de materiais recicláveis. A capital também fez campanha educativa junto à população para conscientizar sobre a importância da separação do lixo, tanto para o meio ambiente quanto para as pessoas que têm, na reciclagem, uma fonte de renda.
Curitiba não é um município infestado e o programa de coleta seletiva é um dos fatores que influenciam a baixa ocorrência de focos do mosquito na cidade. “A experiência de Curitiba é modelo para o País e deveria ser replicada, principalmente em municípios infestados. A destinação correta dos resíduos, aliada ao trabalho do agente de endemias e à conscientização da população poderiam reduzir o risco de novas epidemias no Paraná”, diz a chefe do Departamento de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte.
COMITÊ – No próximo dia 27 será realizada a primeira reunião do Comitê Gestor Intersetorial para o Controle da Dengue em 2012. A reunião está marcada para as 14 horas, no auditório da Secretaria da Saúde, em Curitiba.