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O Google anunciou em junho que não fará mais tablets. Depois de um desempenho abaixo do esperado do Google Pixel Slate, a empresa irá se concentrar no Pixelbook e parar o desenvolvimento dos dois modelos de tablet que estavam em andamento. A empresa bem que tentou ultrapassar a Apple no mercado de tablets, mas desistiu do setor.
Entretanto, diferente do que alguns veículos anunciaram, falando em “tabletpocalipse” e na vitória do iPad, tal medida diz respeito apenas ao hardware do próprio Google e não ao suporte de software a terceiros.
O informe oficial foi divulgado em primeira mão pelo site Computer World, que recebeu a notícia diretamente do Google. Na nota, a companhia informa que não mais produzirá tablet com teclado, ou que não possuem o periférico (ainda que possam usar acessórios sem fio). Assim, laptops 2 ou 1 como o Pixelbook continuam nos planos da gigante das buscas, bem como a linha Pixel de smartphones.
Ainda assim, alguns veículos entenderam a mensagem como uma total desistência do Google do mercado de tablets, tanto na produção de hardware quanto no suporte de software para produtos próprios e de terceiros, o que acabaria por matar a categoria de dispositivos Android e Chrome OS de parceiros comerciais e indiretamente, daria a vitória à linha iPad da Apple.
Para encerrar a confusão, Rick Osterloh, vice-presidente sênior da divisão de Hardware do Google foi ao Twitter e esclareceu o que será feito de agora em diante: a divisão irá de fato se focar em laptops mas manterá normalmente o suporte a tablets tanto de seus produtos já lançados, como o Pixel Slate, quanto de OEMs em todos os setores (comercial, corporativo e educacional), independente de rodarem Android ou Chrome OS. Portanto, não jogue fora o seu Galaxy Tab S5e novinho. No que tange a smartphones, obviamente nada muda.
Fontes próximas ao Google informam que a empresa estava desenvolvendo dois novos modelos de tablets, mas após uma reunião foi decidido cancelar ambos e remanejar a equipe para outros setores; parte dos funcionários teriam sido migrados para a divisão de laptops.
Embora o Brasil tenha sido bem-servido de tablets Android de diversos fabricantes, o mesmo não pode ser dito pelo Google: o único produto lançado oficialmente pela empresa no país foi o ASUS Nexus 7, em uma trapalhada que nunca foi explicada direito: lotes que seriam destinados a clientes corporativos caíram sabe-se lá como nas mãos de redes varejistas, que venderam os aparelhos ao público final; a ASUS se viu forçada a “lançar oficialmente” o tablet por R$ 999, mas com o fim do estoque, o aparelho não foi reposto.
A desistência do Google é compreensível: as vendas de tablets caem ano após ano (nem o iPad vende mais como antes), e hoje apenas Apple e Samsung levam o setor a sério; as demais ensaiam um ou outro lançamento vez ou outra, mas no geral, ninguém fora as duas citadas possuem maiores aspirações em vender tablets.
O Pixel Slate, o último tablet de Mountain View foi lançado em outubro de 2018 (três anos após o Pixel C) com uma tela de 12,3 polegadas de 3.000 x 2.000 pixels, rodava Chrome OS com interface para toque, executava apps de Android e Linux e tinha preço sugerido a partir de US$ 599.