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Escolhida para assumir a Casa Civil, a nova ministra Gleisi Hoffmann (PT) é chamada pela oposição de “pitbull do Senado” e “dama de ferro” por fazer defesas enfáticas do governo em seus três meses no Senado.
Gleisi disse ter sido escolhida para que faça o acompanhamento técnico dos projetos do governo. “Ela [Dilma Rousseff] disse que meu perfil se encaixa ao que ela pretende agora na Casa Civil. A presidenta quer uma gestão mais técnica na Casa Civil”, afirmou em sua primeira e breve entrevista após ser confirmada no cargo.
Sobre como será sua articulação política com o Congresso, ela não deu detalhes. O governo Dilma é alvo de críticas nas negociações políticas. Há queixas sobre a falta de diálogo com Antonio Palocci e com Luiz Sérgio (Relações Institucionais), responsáveis por fazer a ponte entre o Planalto e aliados.
Cercada pela bancada do PT no Senado, Gleisi disse em entrevista que era uma “pena perder o ministro Palocci”. Mas afirmou não acreditar em “maldição” na Casa Civil, que já foi palco de outros escândalos.
Apesar da delicadeza do tom de voz, foi a firmeza dos gestos que despertou a atenção de Dilma que a apontava como uma aposta do Senado.
O próprio antecessor experimentou a dureza de Gleisi há duas semanas. Anfitriã de um almoço para Lula, ela perguntou ao ex-presidente se era estratégico mobilizar governo em defesa do projeto pessoal de Palocci.
Foi a primeira manifestação aberta pela saída dele. Em público, amenizou: “Era uma reunião fechada, fiz a defesa de que deveria ser feito um esclarecimento”.
No auge da crise, Gleisi teria comparado a situação de Palocci ao caso do mensalão.
Segundo integrantes do governo, Dilma começou a avaliar a nomeação de Gleisi na semana seguinte. Só que para Relações Institucionais.
Além de ser considerada uma afronta a Palocci, a hipótese alimentou dúvidas sobre a convivência de Gleisi e do marido, Paulo Bernardo (Comunicações).
No Senado, ela apresentou projetos para “moralizar” a gestão pública e propôs regulamentar o teto constitucional para pagamentos aos servidores públicos, além de limitar o mandato de senador para só uma reeleição.