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O Governo do Paraná vai financiar projetos de pesquisa relacionados à prevenção, diagnóstico, tratamento e controle da dengue, zika e chikungunya. Inicialmente, o programa contará com R$ 1 milhão em recursos do Estado destinados exclusivamente ao apoio e desenvolvimento de pesquisas.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (21), em Curitiba, pelos secretários estaduais da Saúde, Michele Caputo Neto; e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes. Eles assinaram um protocolo de intenções com o presidente da Fundação Araucária, Paulo Brofmann, responsável pela coordenação do programa de pesquisa.
A previsão é que o edital de seleção dos projetos seja finalizado ainda neste mês de março. “Queremos lançar o edital o mais breve possível. A intenção é apoiar projetos que contribuam com o enfrentamento dessas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti”, explicou Brofman.
CONHECIMENTO – De acordo com o secretário Caputo Neto, o objetivo é aliar o conhecimento técnico dos profissionais da saúde que atuam nesta área com o conhecimento científico presente no meio acadêmico. “O que está acontecendo é tudo muito novo. Há poucos estudos disponíveis sobre o tema no mundo. Todos têm que desenvolver protocolos e buscar soluções na prática ou através de trocas de experiências”, afirmou.
SEMINÁRIO – Nesta semana, por exemplo, mais de 200 profissionais de saúde estão reunidos em Curitiba para participar do 1º Seminário Aedes x Manifestações Neurológicas. O evento, promovido pela Secretaria da Saúde em parceria com o Conselho Regional de Medicina e a Associação Paranaense de Ciência Neurológicas, conta com a presença de médicos e pesquisadores renomados que identificaram o surto de microcefalia associada a zika em Pernambuco, no fim do ano passado.
FUTURO – Segundo o secretário de Saúde, é preciso pensar em longo prazo e atuar em várias frentes de trabalho. “O momento é delicado. Temos que intensificar o combate ao mosquito transmissor, organizar o atendimento aos pacientes, mas também pensar no futuro. Achar alternativas viáveis para acabar ou amenizar esse problema de saúde pública que hoje assusta o mundo todo”, complementou Caputo Neto, lembrando do perigo do zika vírus.
O secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes, ressaltou que o Tecpar Informação – órgão vinculado ao Instituto de Tecnologia do Paraná – já identificou pelo menos oito grupos de pesquisa relacionados ao estudo do Aedes aegypti no Estado. A maioria vinculada às universidades federais e estaduais.
“O Paraná conta com excelentes pesquisadores nesta área. Com mais recursos, esperamos que eles avancem ainda mais em seus estudos e tragam inovações que possam ser aplicadas nesta guerra contra o mosquito e suas doenças”, enfatizou Gomes.
NÚMEROS – De acordo com o novo boletim informativo da Secretaria Estadual da Saúde, o Paraná registra 190 casos de zika, 15.946 casos de dengue e 40 de chikungunya. Os números levam em conta casos confirmados autóctones e importados no período de agosto de 2015 até esta terça-feira (22).
Em relação ao zika vírus, a preocupação maior é com as gestantes. Até o momento, pelo menos 16 grávidas foram diagnosticadas com a doença no Estado. As mulheres são residentes de Colorado (8), Curitiba (1), Irati (1), Campo Mourão (1), Paranavaí (1), Maringá (1), Londrina (1), Rancho Alegre (1) e Santa Helena (1).
O caso de Londrina evoluiu para um aborto espontâneo do feto na 14ª semana de gestação. Este é o primeiro caso confirmado em que o vírus zika foi a causa de um aborto no Paraná. A paciente continua sendo acompanhada pela equipe de saúde, mas passa bem.
DENGUE – O boletim desta terça traz também uma nova lista de municípios com epidemia de dengue. Com a inclusão de Capanema, Itaipulândia, Porecatu e Quedas do Iguaçu, sobe para 36 o número de cidades epidêmicas no Paraná.
Nesta semana, a Secretaria finalizou a investigação de mais sete mortes por dengue no Estado. Os óbitos dizem respeito a moradores de Foz do Iguaçu (4), Paranaguá (1), Medianeira (1) e Santa Terezinha de Itaipu (1). Ao todo, 27 pessoas morreram no Paraná em decorrência da dengue neste período.