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Mais de 420 mil candidatos vão disputar este ano as vagas para vereador nos 5 mil 563 municípios brasileiros. Pela primeira vez, o número de candidaturas femininas superou o mínimo de 30% que a legislação exige dos partidos para compor suas chapas. Há quem veja uma influência da primeira presidenta do Brasil para o aumento da participação das mulheres nas eleições. É o caso do cientista político e professor da Universidade de Brasília João Paulo Peixoto.
“Eu acho que não seja apenas para cumprir a cota. Acho que há evidentemente um sinal de maior participação feminina não só na política como em vários setores da vida nacional. Acho que é um reflexo natural da expansão do mercado de trabalho, de uma mudança sociológica, no sentido de que a mulher hoje tem um papel muito mais definido, muito mais proeminente na sociedade do que no passado. Agora, a tudo isso eu ainda acrescentaria um fator que eu julgo importante, que é o fato de termos uma mulher presidente da República. Isso, sem dúvida nenhuma, serve como estímulo para que outras candidatas do sexo feminino busquem a política e se animem com o exemplo da Presidência da República, no sentido de ingressar na atividade política”.
A deputada Jô Morais, do PCdoB mineiro, vê dois motivos para o crescimento da participação feminina.
“O primeiro é a visibilidade da participação política da mulher provocada pela eleição de uma presidente que fez um esforço de se identificar com uma bandeira ampla de participação das mulheres, incluindo 10 ministras mulheres capazes no primeiro escalão. O segundo fenômeno diz respeito à decisão do TSE, encabeçada por uma outra mulher, a ministra Carmem Lúcia, de ser absolutamente rigorosa na exigência de que se compusesse as chapas com a participação obrigatória de 30% de mulheres. Isso fez com que os partidos políticos se dedicassem mais a cumprir com rigor, porque se não eles teriam suas chapas reduzidas na participação masculina”.
Os vereadores são eleitos juntamente com o prefeito de um município e têm a função de discutir as questões locais e fiscalizar os atos das prefeituras com relação à administração e aos gastos do orçamento. Eles devem trabalhar pela melhoria da qualidade de vida dos moradores locais, elaborando leis, atendendo às reivindicações da população como um todo e fazendo a mediação entre os habitantes e o prefeito. Atualmente, apenas cerca de 12% dos vereadores, eleitos em 2008, são do sexo feminino.