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Muitas pessoas acham que um joelho que “estala” quando se corre ou anda é “normal”. Mas não é. Um joelho que “estala” pode ter uma condição chamada de condropatia patelar ou condromalácia patelar.
Mas você sabe o que é isso?
A palavra condropatia significa cartilagem doente. Se analisarmos o termo inteiro “condropatia patelar” significa cartilagem da patela doente. Patela é o osso localizado dentro do joelho.
Cientificamente, o termo mais correto é Síndrome Femoropatelar, pois o problema ocorre justamente na cartilagem entre o osso do fêmur e o osso da patela, na região do joelho.
A cartilagem da patela serve para amortecer as pressões que o osso do joelho e o osso da coxa (fêmur) sofrem quando a pessoa corre, salta, desce ou sobe escadas. Dependendo de quanto impacto essa articulação sofre e como é esse impacto, problemas nessa cartilagem podem aparecer.
Causas da Condropatia Patelar
Não se sabe exatamente o que causa a condropatia patelar, mas o que se observa é que musculatura pouco fortalecida, encaixe incorreto da patela em relação ao fêmur, biomecânica desequilibrada podem predispor essa condição.
Além disso, o impacto que essa região suporta é bem grande, podendo chegar até 10 vezes o peso do corpo da pessoa, portanto, atividades de muito impacto ou sobrecarga nessa região, como leg press, corrida, saltos, podem também predispor o aparecimento dessa condição.
Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas da condropatia patelar são bem característicos, geralmente iniciando-se com dor na região frontal do joelho (na parte da frente do joelho).
Essa dor piora durante o dia, sobretudo quando atividades como andar, correr, subir ou descer escadas, são realizadas.
Outro sintoma bem comum são os estalos ou estalidos do joelho. O joelho pode, inclusive, inchar.
Tipos De Condropatia Patelar
A condropatia patelar apresenta 4 graus, conforme a severidade.
No grau 1, a dor não é intensa e pode ir e voltar. O joelho pode até inchar um pouco, mas a pessoa acaba, muitas vezes, não levando a sério e não buscando diagnóstico ou tratamento médico nessa fase. A evolução natural da doença é ir para o grau 2.
No grau 2, as dores são mais intensas e pode ser que a pessoa busque orientação médica, pois a dor começa a incomodar. Mas ainda não é limitadora.
Já no grau 3, as atividades físicas começam a ficar limitadas pela dor, bem como outras atividades. A pessoa acaba desistindo da prática esportiva. É o grau no qual as pessoas mais buscam atendimento médico para o quadro.
O grau 4 é o mais severo. As atividades diárias se tornam incapacitantes.
Fatores de Risco
Anos atrás se pensava que a condropatia patelar era limitada somente a atletas. Hoje já se sabe que não.
De acordo com Thiago Fukuda, com pós-doutorado em Biomecânica pela University of Southern California, nos Estados Unidos, as mulheres estão mais propensas à condromacia patelar, pela estrutura física, já que com a pelve mais larga faz com que os joelhos sevem levemente virados para dentro, alterando o encaixe da patela, gerando sobrecarga.
Além disso, as mulheres sofrem maior alteração hormonal e há algumas que usam salto alto diariamente, por longos períodos, o que gera uma sobrecarga na região do joelho.
Pessoas sedentárias, com sobrepeso, também estão mais propensas a terem condromalácia patelar.
Atletas também podem sofrer com esse problema, sobretudo os ligados à prática de esportes de impacto frequente, como corrida ou saltos.
Diagnóstico
O diagnóstico de condromalácia patelar deve ser feito pelo médico ortopedista, por meio de um exame físico adequado e exames de imagens, como a ressonância nuclear magnética.
Tratamento
O tratamento deve ser instituído o quanto antes, para que a doença não evolua. Em geral, o tratamento é conservador e traz excelentes resultados.
A cartilagem é um tecido no organismo que não tem possibilidade de regeneração, ao contrário dos tecidos musculares. Portanto, o grande objetivo do tratamento é aliviar as dores, evitando a progressão da doença.
O tratamento conservador envolve uso de compressas de gelo, que ajudam a diminuir a inflamação local, analgésicos e anti-inflamatórios apropriados, prescritos por médicos, bem como o uso de joelheira, que ajuda no encaixe correto da patela e fortalecimento muscular da região de joelho e quadril.
É importante que o paciente, ao sentir dores na região do joelho, busque diagnóstico e faça o tratamento adequado, pois assim, o quadro não evoluirá e o paciente poderá voltar às suas atividades normais e atividades físicas, sempre instruídas por um profissional.