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O pesquisador do Observatório Nacional Jorge Carvano explica que a visualização do PanStarrs começou há alguns dias no Rio de Janeiro, mas como ele está muito próximo do horizonte, só é possível vê-lo na hora do pôr do sol. Depois do dia 15, o cometa estará mais baixo e indo para o Norte, portanto pode ficar mais visível na Região Nordeste.
De acordo com Carvano, é a única vez que o PanStarrs vai passar perto da Terra, pois a órbita dele não se fecha como uma elipse. “Geralmente os cometas têm órbitas elípticas, isso quer dizer que eles dão voltas em torno do sol, assim como os planetas. A diferença é que os planetas têm órbitas quase circulares e a dos cometas tendem a ser mais achatadas, mais alongadas. No caso do PanStarrs, a órbita é tão alongada que não é mais uma elipse, ela vira uma hipérbole. Isso quer dizer que ele não vai voltar novamente, ele vai embora, a menos que a órbita dele mude depois. Com a interação com outros planetas, isso pode acontecer”.
O pesquisador diz que os cometas são formações muito antigas do universo e a passagem deles é uma oportunidade para estudar a composição desse material. “Os cometas são objetos que se formaram perto de planetas gigantes, durante a formação desses planetas. Por causa da interação com esses planetas gigantes, eles foram jogados para muito longe e ficaram a distâncias muito grandes do sol. Eles representam material que se formou junto com os planetas e estão preservados pelas grandes distâncias e temperaturas muito baixas nesses bilhões de anos”.
Em novembro, mais um cometa poderá ser visto a olho nu, com expectativa de ter o brilho da lua cheia. De acordo com o pesquisador do Observatório Nacional, o Ison estará mais para o Norte, portanto, será mais difícil de ser visto no Rio. Como a órbita dele também está hiperbólica, será outra oportunidade única.
“É sempre difícil prever esse tipo de coisa com os cometas, mas este é um cometa que nunca passou antes por aqui. Quando um cometa começa a passar muitas vezes perto do sol ele vai perdendo gelo. Como esse nunca passou, então deve ser bastante volátil e ele vai passar muito perto do sol, quer dizer que ele vai se aquecer bastante, pode ser que nem sobreviva. A gente não sabe como vai ser a passagem, mas dá para imaginar que ele vai ser bastante visível”.
O Ison fará sua passagem mais próxima do sol no dia 28 de novembro.
Um cometa é um corpo celeste que tem órbita elíptica em torno do sol, com núcleo composto por gelo, poeira, fragmentos de rocha e gases. Quando se aproxima do sol, o cometa exibe uma atmosfera, chamada de coma e, muitas vezes, uma cauda na direção oposta ao sol, causadas pela radiação solar.
Fonte: EBC