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A meta é atingir 100% de vacinação do rebanho paranaense, estimado em 9,5 milhões de cabeças. Quem não vacinar e não comprovar a vacina será multado em R$ 96,09 por cabeça. “Dói mais no bolso deixar de vacinar do que vacinar”, alertou o secretário Norberto Ortigara.
O lançamento oficial da campanha, na sede da Sociedade Rural do Paraná, teve a presença também do diretor-presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, do presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguetti, e do presidente da Sociedade Rural do Paraná, Moacir Norberto Sgarioni.
PREJUÍZO – Quando houve suspeita do vírus da febre aftosa no Paraná, em 2005, o Estado perdeu US$ 4,5 bilhões, pela queda nas exportações, queda de preços e morte dos animais. Ortigara firmou parceria com a iniciativa privada, representada pela Faep e Sociedade Rural do Paraná, para convencer todos os produtores a vacinarem seus animais. Aos grandes pecuaristas sugeriu que façam a vacinação solidária com os vizinhos que possuem poucas cabeças. “Ele estará protegendo o seu rebanho também, colaborando com o criador vizinho”, comentou Ortigara.
Segundo o secretário, muitas vezes o produtor com poucas cabeças de gado avalia que não compensa comprar a embalagem, com um mínimo de 10 doses. Ele orientou para que pequenos produtores se unam para compara a embalagem e dividir as doses.
A comprovação da vacina é feita pelo formulário em que o produtor deverá informar o tamanho do rebanho e anexar a nota fiscal de compra da vacina. “Essa informação é que vai ajudar a Adapar a atualizar o rebanho”, explicou Kroetz. Quem não vacinar ou não comprovar a vacinação receberá a visita dos fiscais da Adapar, que farão a vacinação compulsória. “Esse produtor será multado e ainda vai pagar a vacinação”, alertou.
O objetivo é fazer o Paraná ser considerado área livre de febre aftosa sem vacinação. “A pretensão, se tudo der certo, é entrar com esse pedido junto ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento e em organismos internacionais em 2014”, disse Ortigara.
DIREÇÃO – Esta é a primeira campanha de vacinação contra febre aftosa sob a direção da Adapar. A entidade foi criada em maio pelo governador Beto Richa, para cuidar da sanidade dos produtos de origem animal, vegetal e da agroindústria e garantir mais espaço nos mercados internacionais.
Segundo o diretor-presidente da entidade, no futuro, a vacina deverá ser substituída por proteções de segurança como barreiras moveis, vigilância e inspeção nas propriedades para impedir a entrada de material de risco no Estado. “A Adapar está sendo estruturada para isso”, disse Kroetz. O próximo passo é abrir concurso público para contratação de cerca de 500 profissionais entre médicos veterinários e engenheiros agrônomos. A Adapar terá 1.200 profissionais, 500 do antigo Departamento de Fiscalização e Sanidade Agropecuária (Defis).
Kroetz lembrou que todo o esforço na vacinação contra a febre aftosa visa facilitar o acesso dos pecuaristas paranaenses aos mercados mais valorizados para a carne bovina como Japão e Coréia do Sul. Ele explicou que a suspensão da vacinação pode ajudar o Paraná a reconquistar o mercado russo de suínos, perdido por motivações políticas e sanitárias. A Rússia é compradora de carne suína, mas a existência da ameaça da febre aftosa é barreira sanitária às exportações.
O presidente da Faep, Ágide Meneguetti, espera que a Adapar tenha a estrutura ideal para que o Estado conquiste o status sanitário de livre da febre aftosa e possa alavancar as exportações. “O sistema Faep/Senar está empenhado nesse desafio desde o final do século passado, investindo recursos em treinamento dos produtores”.