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O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu a meta de inflação para 2021 em 3,75%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O anúncio foi feito pelo Ministério da Fazenda.
As metas de inflação para 2019 e 2020 foram mantidas, respectivamente, em 4,25% e 4%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. Esse é o valor que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) poderá alcançar nos próximos anos.
A meta de inflação deve ser perseguida pelo Banco Central (BC) ao definir a taxa básica de juros, a Selic. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic, pretende conter a demanda aquecida e segurar os preços ao encarecer o crédito e estimular a poupança. Ao diminuir os juros básicos, o Copom barateia o crédito, incentivando a produção e o consumo.
Desde 2005, o centro da meta de inflação estava em 4,5%, com 2,5 pontos de margem de tolerância. Em 2006, esse intervalo caiu para 2 pontos e permaneceu assim nos anos seguintes até ser reduzido para 1,5 ponto para 2017 e 2018. Somente no ano passado, o centro da meta foi reduzido para 4,25% em 2019 e 4% em 2020.
Até 2016, a meta de inflação era fixada com dois anos de antecedência, mas um decreto publicado no Diário Oficial da União em junho do ano passado determinou que a definição passasse a ser feita três anos antes. De acordo com o Banco Central, a mudança teve como objetivo reduzir as incertezas e melhorar a capacidade de planejamento das famílias, das empresas e do governo.
Segundo a secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, a fixação da meta de inflação com três anos de antecedência representa a maturidade do sistema em vigor há 19 anos. “O Brasil converge, cada vez mais, para níveis de inflação com países que adotam o regime de metas. Essa é uma conquista importante que traça um horizonte mais longo, dá previsibilidade para os agentes [econômicos] e contribui para que o país possa viver mais tempo com níveis de inflação mais baixos”, declarou.
Sobre o risco de a inflação estourar as metas caso o próximo governo não consiga avançar com reformas estruturais, como a da Previdência, a secretária disse que as reformas são um complemento importante para facilitar o cumprimento da meta. Ela, no entanto, destacou que o Banco Central está aparelhado para conseguir fazer a inflação convergir para os níveis fixados pelo CMN.
“O manejo da política monetária nos últimos dois anos foi um emblema de como ser bem sucedido usando o sistema de metas de inflação e coordenando com outros instrumentos de política econômica, como a política fiscal. Tanto a inflação como os juros caíram. Isso foi fruto não só da coordenação da política econômica mas também da atuação firme do Banco Central na coordenação das expectativas, que ajudaram a derrubar os juros. Os mais pobres são os mais beneficiados num ambiente de inflação baixa”, declarou Ana Paula Vescovi.