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As OPOs vão ajudar na identificação de possíveis doadores de órgãos e tecidos e na manutenção destes doadores até que o órgão seja retirado. A equipe também ficará responsável pela abordagem à família. Com a instalação das OPOs, a expectativa é que o número de transplantes de órgãos dobre ainda no primeiro ano.
Atualmente, apenas uma a cada quatro possíveis doações se converte em transplante de órgãos no Paraná. “Com a criação das OPOs, poderemos dobrar este número, porque a organização vai atuar junto às UTIs dos hospitais, fazendo a busca ativa de doadores potenciais, com o diagnóstico precoce e seguro da morte encefálica”, afirma o secretário da Saúde, Carlos Moreira Júnior.
Nesta semana, serão implantadas as OPOs da Região Metropolitana, no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, em Londrina e em Ponta Grossa. As organizações de Maringá e Cascavel serão as próximas a entrar em funcionamento.
De acordo com o secretário, existem dois tipos de doação após a comprovação da morte. Quando ela é feita a partir da morte encefálica, pode-se retirar coração, fígado, intestino, pulmão, pâncreas, rins e pele. Quando o coração já parou, é possível aproveitar ossos, córneas, pele e válvulas cardíacas.
“Trinta e cinco por cento das famílias brasileiras ainda se recusam a doar os órgãos e tecidos por falta de esclarecimento. Queremos diminuir este percentual, colocando equipes treinadas para fazer uma abordagem ética”, diz Moreira.
Cada OPO terá um médico coordenador, seis enfermeiros e dois técnicos administrativos. A equipe também será responsável pela notificação do possível doador à Central de Transplantes. “Um procedimento bem sucedido também depende da agilidade no diagnóstico de morte encefálica e do estado geral do paciente. Por isso, a equipe da OPO fará a ponte entre as comissões internas dos hospitais e a Central Estadual de Transplantes”, lembra o secretário.
A coordenadora da OPO de Curitiba, a neurologista Nazah Cherif Youssef, explica que não basta à família querer doar os órgãos e tecidos. “Nem todos os pacientes com morte encefálica podem doar órgãos. Pessoas com câncer, com doenças infectocontagiosas e transplantados não podem doar. A OPO vai ajudar a identificar os possíveis doadores e esclarecer as dúvidas destas famílias”, diz.
Desde que a Central de Transplantes foi criada, cerca de 13,6 mil transplantes de órgãos e córneas foram realizados no Paraná. Atualmente, 98 serviços de saúde estão credenciados para realizar transplantes de órgãos e tecidos no Estado. Somente para transplante de córnea, há 28 serviços. Cerca de três mil paranaenses ainda esperam na fila por um transplante