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Católicos do Jardim Santo Amaro em Cambé celebraram na noite desta quarta-feira (01/04) a Via-Sacra que consiste na oração mental de acompanhar o Senhor Jesus em seus sofrimentos conhecidos como a paixão de Nosso Senhor, a partir do Tribunal de Pilatos até o Monte Calvário.
Esta maneira de meditar teve origem no tempo das Cruzadas (século X). Os fiéis que peregrinavam na Terra Santa e visitavam os lugares sagrados da Paixão de Jesus, continuaram recordando os passos da Via Dolorosa de Jerusalém. Em suas pátrias, compartilharam esta devoção à Paixão. O número de 14 estações fixou-se no século XVI.
A Via-Sacra foi organizada pela Paróquia São Francisco Xavier.
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Via-Sacra
“Guia da Devoção à Misericórdia Divina”
Primeira Estação
Jesus é condenado à morte
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… Senhor Jesus, por que Vos condenaram à morte? Que foi que fizestes que merecia a morte? Curaste doentes, alimentastes famintos, ressuscitastes os mortos, perdoastes aos pecadores, respeitastes as autoridades, trabalhastes para o bem da humanidade, fostes humilde, manso, bondoso, misericordioso. Por que esta sentença tão cruel e humilhante?
… O nosso orgulho, inveja, egoísmo, covardia, comodismo, calúnias, apego exagerado pelas coisas deste mundo Vos condenaram. Eis aqui o segredo da injusta sentença. Tenho que perguntar-me: o que eu fiz com Cristo? Não O condenei, por acaso, a morrer?
… Cristo, ajudai-me a viver o Vosso Evangelho até a morte.
A morrer crucificado
teu Jesus é condenado
por teus crimes, pecador (bis).
Segunda Estação
Jesus toma a cruz aos ombros
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… Cristo, eis a Vossa cruz. Será que esta cruz é Vossa? Na verdade ela é nossa. Assumistes a nossa cruz. A grandeza e o peso desta cruz cresceram dos nossos pecados, que destruíram a ordem do amor. Todos os pecados do mundo nos Vossos ombros. O mundo grita, xinga, critica, está rindo em sua loucura… Cristo sofre e caminha em silêncio para me salvar.
… Cristo, Vossa Via-sacra foi para mim. Ajudai-me cada dia, pela manhã, partir para a minha via-sacra e ficai ao meu lado, porque sou fraco.
Com a cruz é carregado,
e do peso acabrunhado,
vai morrer por teu amor (bis).
Terceira Estação
Jesus cai por terra
V. Nós Vos adoramos, Senhor Jesus e Vos bendizemos
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… As fprças estão se esgotando. Calor, solidão. A terra parece mover-se. Cristo tropeça, perde o equilíbrio e cai. Sente a terra, a poeira na boca. O peso da cruz o sufoca.
… Nós partimos cheios de confiança e um dia caímos. Percebemos no nosso caminho uma flor, uma ilusão e tivemos tanta vontade de levá-la. Então paramos, traímos o caminho difícil e ficamos longe do caminho de Cristo.
… Até quando vou ficar frio e passivo? Cristo, estou tão longe de Vós. Cristo, ajudai-me a partir de novo. Protegei-me contra minhas quedas que cansam e deixam vazio o meu coração. Quero seguir-Vos. Ajudai-me a levantar-me do meu pecado.
Pela cruz tão oprimido
cai Jesus desfalecido
pela tua salvação (bis).
Quarta Estação
Jesus encontra-se com Sua Mãe
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… Quanta dor da Mãe neste encontro. Ela vai com Seu Filho. Ela vai na multidão despercebida, preocuapda com seus filhos. Não fala, vai junto com Jesus, preocupada com todos nós.
… Cristo, mostrai-nos Vossa Mãe humilde e dolorosa para nos comovermos e nos convertermos. Ajudai-nos a caminhar juntos com nossos irmãos, participar dos problemas deles, sofrer com eles como sofreu Maria — Vossa e nossa Mãe.
De Maria lacrimosa
no encontro lastimosa,
vê a viva compaixão (bis).
Quinta Estação
Cirineu ajuda a carregar a cruz
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… Cirineu atravessava o caminho por onde Cristo carregava a cruz. Pararam-no, o primeiro, desconhecido… Cristo aceita a ajuda. Aceita uma ajuda forçada de um homem teimoso. Deus Onipotente e Todo-poderoso permite que o homem O ajude. Deus precisa de um homem fraco. Tanta humildade!
… Nós também prcisamos dos outros. Nosso caminho é também duro e perigoso demais para podermos vencê-lo sozinhos. E tantas vezes, orgulhosos, afastamos as mãos que nos querem ajudar. Mais ainda, pensamos que Cristo é desnecessário em nossa vida. Queremos agir sozinhos. Ao lado de mim vai: amigo, esposa, marido, pai, mão, vizinho, companheiro do trabalho, irmão desconhecido… não posso ignorá-los. Todos juntos precisamos salvar o mundo.
… Cristo, que eu perceba e aceite com humildade os meus irmãos Cirineus que caminham comigo e também aqueles que foram forçados a caminhar comigo.
No caminho do Calvário
um auxílio necessário
recebe do Cirineu (bis).
Sexta Estação
Verônica enxuga o rosto de Jesus
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… Verônica olhava para Seu rosto. Rosto sujo, cansado. Cabelos grudados com poeira, sangue e suor. Estremeceu em si, não podia esperar mais. Na presença dos soldados e inimigos enxugou o rosto de Cristo. O rosto doloroso de Cristo imprimiu-se no pano e no coração. Precisamos olhar o Cristo, para nos tornarmos um pouco semelhantes a Ele. Passamos tantas vezes ao lado de Cristo e nem sequer olhamos para o rosto dEle. Por isso somos apenas tirstes máscaras Suas e não temos semelhança com Ele.
… Desculpe, Jesus, os meus impuros olhares. Os outros não podem ver em mim Vossa luz e Vossa imagem.
… Desculpe, Jesus, o meu corpo desejoso de prazeres. Ninguém consegue descobrir em mim um pouco de Vós.
… Desculpe, Jesus, o meu coração cheio de ódio e egoísmo. Ninguém consegue descobrir nele o Vosso amor.
… Ajudai-me, Senhor a ser a Vossa viva imagem.
O Seu rosto ensangüentado
por Verônica enxugado
contemplemos com amor (bis).
Sétima Estação
Jesus cai pela segunda vez
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… Cristo está no fim das Suas forças. O peso da cruz, o calor, o caminho em subida,… as forças se esgotam, o caonsaço cresce. Cristo cai de novo por terra. São os pecados horríveis que o oprimem. Tão depresa acostumo-me a praticar o mal. Falta de fidelidade, falta de prudência. Não enxergo mais nada — só o mal. Procuro o mal. Estou caído, desanimado. Não vejo os outros no caminho, meus olhos fechados, meus ouvidos surdos. Mas tenho medo de ficar assim. Sei que essa não é a posição digna, humana.
… Cristo, dai a mão a um mísero caído, levantai-me, sacudi a poeira pecaminosa dos meus olhos, lavai-me da minha sujeira. Dai-me novas forças para que eu possa levantar-me e caminhar ao Calvário da vitória, a glória final.
Outra vez desfalecido
pelas dores abatido
cai por terra o Salvador (bis).
Oitava Estação
Jesus consola as mulheres piedosas
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… As mulheres choram, lamentam, vendo Cristo. Não podem ajudar, limitam-se a chorar. Têm pena de Cristo.
… Cristo, embora cansado, percebeu-as, ouviu-as. É mais conveniente chorar os nossos pecados, porque a causa da via dolorosa de Cristo são nossos pecados. Dignos de lamentação somos nós, pecadores.
… Perceber os pecados dos outros é sempre mais fácil do que chorar os nossos.
… Cada um passa diante do meu tribunal; o mundo todo — prefiro jultar os outros do que a mim e descubro facilmente culpados: bêbados, preguiçosos, fofoqueiros, falsos, mentirosos, injustos, egoístas — só eu o perfeito.
… Cristo, ajudai-me a descobrir uma verdade muito velha e sempre nova: que sou pecador e isso preciso lamentar.
Das matronas piedosas
de Sião filhas chorosas
é Jesus consolador (bis).
Nona Estação
Jesus cai pela terceira vez
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… Cristo cai de novo. Os soldados batem. Cristo não se mexe. Senhor, morrestes?!
… Ainda não, as forças quase acabaram. Restou ainda um pedacinho do caminho: dois, três passos… Neste estado isso é quase impossível. Senhor, caístes a terceira vez, mas já no alto do Calvário onde vão levantar a cruz.
… Eu também caí de novo. Sempre estou caindo. Às vezes duvido se poderei levantar-me. Mas vendo-Vos a meu lado, recupero as minhas forças e certamente vencerei com Vossa graça.
Cai terceira vez prostrado
pelo peso redobrado
dos pecados e da cruz (bis).
Décima Estação
Jesus é despido das Suas vestes
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… Cristo não tinha mais nada a não ser uma veste. Mas isto foi ainda demais. Agora não existe mais nada entre o corpo de Cristo e a cruz. Os homens uniram a cruz e o corpo para sempre.
… Cristo, Vossa veste era comprida, digna da pessoa humana. Nós precisamos abandonar também as vezes, vestes provocantes, indecentes, para que possamos defender nossa dignidade humana.
… Senhor, fazei que morra tudo em mim que ofende a Vossa santa vontade. Gosto tanto de muitas coisas pequenas que são minhas, mas se isso for necessário para viver verdadeiramente, tira tudo de mim. É melhor morrer, para depois viver. Assim como o grão que precisa morrer para dar frutos.
Dos vestidos despojado
por verdugos maltratado
eu Vos vejo, meu Jesus (bis).
Décima Primeira Estação
Jesus é pregado na cruz
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… Cristo estendido na cruz, cobre-a perfeitamente para ser unido perfeitamente a ela. Os pregos atravessam o corpo. Cristo permite que o homem apanhe brutalmente as mãos e os pés dEle e pregue na cruz. Agora nenhum movimento é possível.
… Nós também precisamos aceitar a nossa cruz na hora presente. Não podemos escolher. Temos que aceitar a nossa cruz. Ela é pronta, feita para meu tamanho, feita dos meus sofrimentos. Temos que apegar-nos a ela.
… Isto não é fácil. Mas não posso encontrar o Cristo de outra maneira. Cristo espera por mim na cruz para, junto com Ele, redimir o mundo, nossos irmãos.
Foi Jesus na cruz pregado
insultado, blasfemado
com cegueira e com furor (bis).
Décima Segunda Estação
Jesus morre na cruz
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… As três horas de agonia são tão compridas, parecem sem fim. Mas compridas do que três anos, do que trinta anos de vida. Tudo preparado. Cristo morre. A vida pára, o coração não bate mais. O Coração grande como o mundo — o mundo de pecados que carrega em si.
… O mundo talvez ainda não saiba, mas, inconscientemente, estende os braços gritando: “salvai-nos, salvai-nos, Senhor, não podemos mais viver assim, tirai-nos do pecado”.
… Quando eu morrer, Cristo, deixai-me entregar o meu coração a Vós, morrer para Vós, para viver em Vós.
Meu Jesus, por nós morrestes,
por meus crimes padecestes,
como é grande a minha dor (bis).
Décima Terceira Estação
O corpo de Jesus é depositado nos braços da Mãe
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… A Vossa obra, Cristo, é consumada. os pregos são desnecessários. Agora podeis descer e descansar. Devagarinho descem-no da cruz. A Mãe recolhe-O nos seu braços. Tanta dor atravessou a sua alma, mas agora…
… Nós também estamos cansados, vamos adormecer um dia para sempre. Mas em que estado vamos morrer?
… Nossa Mãe: vigiai sobre nós cada noite. Tomai-nos nos Vossos braços na última hora, não largueis-nos nunca, por favor. Não esqueçais de nós, pois sois o “Refúgio dos pecadores”.
Do madeiro Vos tiraram
e à Mãe Vos entregaram
com que dor e compaixão (bis).
Décima Quarta Estação
Jesus é depositado no sepulcro
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.
… Cristo é depositado no sepulcro. Na entrada, uma grande pedra. Os amigos não podem mais ajudar. Resta a esperança na ressurreição.
… Nossa ressurreição será no fim do caminho. Embora o caminho seja difícil, sabemos que Cristo espera por nós na Sua glória.
… Senhor, ajudai-nos a atravessar este caminho fielmente.
No sepulcro Vos deixaram,
enterrando-Vos choraram,
magoado o coração (bis).
A Via-Sacra segundo os Evangelhos
O Santo Padre João Paulo II introduziu nova seqüência das cenas na Via Sacra que promove no Coliseu, em Roma, optando pelas narrações dos Evangelistas. É esta sucessão que estamos propondo aqui, com as próprias palavras da Sagrada Escritura.
As novas Estações são:
1. Jesus ora no Horto de Getsêmani, Monte das Oliveiras
Mt 26,36-46; Mc 14,32; Lc 22,39; Jo 18,1
2. Jesus, traído por Judas, é aprisionado
Mt 26,47-56; Mc 14,43; Lc 22,47; Jo 18,2
3. A condenação de Jesus perante o Sinédrio
Mt 26,57-66; Mc 14,53; Lc 22,54; Jo 18,19
4. As negações do Apóstolo Pedro
Mt 26,69-75; Mc 14,66; Lc 22,55; Jo 18,15
5. Jesus entregue a Pilatos
Jo 18,28; Mt 27,11; Mc 15,2; Lc 23,2
6. A flagelação e a coroação de espinhos de Jesus. Ludíbrio.
Jo 19,1; Mt 27,24; Mc 15,15; Lc 23,24
7. Jesus carrega a Cruz
Lc 22,26; Mt 27,31; Mc 15,20; Jo 19,16
8. Jesus e Simão Cirineu
Lc 22,26; Mt 27,32; Mc 15,21
9. O encontro de Jesus com as mulheres de Jerusalém
Lc 22,27; Mt 27,33
10. A crucificação de Jesus
Jo 19,18; Mt 27,35; Mc 15,24; Lc 23,33
11. Jesus e o bom ladrão
Lc 23,35; Mt 27,39; Mc 15,29; Lc 23,35
12. Maria Santíssima e o Apóstolo João ao pé da Cruz de Jesus
Jo 19,25-27
13. A morte de Jesus
Mt 27,45; Mc 15,33; Lc 23,44; Jo 19,28
14. Jesus deposto no sepulcro
Mc 15,42; Mt 27,57; Lc 23,50; Jo 19,38