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“Acredito na democracia e isso não é uma crença de ocasião. Muitos políticos ou partidos que se apresentam como democratas desdenham a democracia nas suas ações diárias. Mas ao contrário de adversários políticos, para mim, o compromisso com a democracia não é tático, não é instrumental. É um valor permanente. Inegociável”, disse Serra que recorreu a Santo Antônio para falar de suas posturas.
“Hoje, estamos na véspera de um dia especial, é véspera de Santo Antônio, patrono do Farol da Barra [bairro de Salvador], nome de um dos meus netos. Santo Antônio é Ogum, guerreiro valente e orixá da lei, intransigente no cumprimento dos princípios e das verdades eternas. Vamos falar disso. Falar de nossos valores, dos meus valores”, disse.
Serra ainda ressaltou que respeita a liberdade de imprensa e que não aceita “patrulha de ideias”.
“A imprensa não deve ser intimidada, pressionada pelo governo, ou patrulhada por partidos e movimentos organizados que só representam a si próprios, financiados pelo aparelho estatal. Não aceito patrulha de ideias, nem azul, nem vermelha”, disse.
O candidato tucano ainda classificou como “anomalias” as organizações de trabalhadores que, segundo ele, são sustentadas com o dinheiro público e servem para a manutenção de esquemas de poder.
Sem citar o nome do presidente Lula, que as pesquisas registram grande aprovação de sua imagem, principalmente no Nordeste, Serra chegou a comparar a situação brasileira com a da França, na época de Luís XIV. “Acredito que o Estado deve subordinar-se à sociedade, e não ao governante da hora, ou a um partido. O tempo dos chefes de governo que acreditavam personificar o Estado ficou para trás, há mais de 300 anos. Luís XIV achava que o Estado era ele. Nas democracias e no Brasil, não há lugar para ‘luíses’ assim”, afirmou.
Serra ainda criticou os governantes que mantêm relações com chefes de países não democráticos. “Acredito nos direitos humanos, dentro do Brasil e no mundo. Não devemos elogiar continuamente ditadores em todos os cantos do planeta, só porque são aliados eventuais”, disse
O tucano também falou do papel do Congresso Nacional, que, segundo ele, deve ser um local de debate e de entendimento político. “Acredito no Congresso Nacional como a principal arena do debate e do entendimento político, da negociação responsável sobre as novas leis, e não como arena de mensalões, compra de votos e de silêncios”.
Edição: Aécio Amado