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Em 2018 houve no Brasil um investimento de 38 bilhões de dólares em softwares, hardwares e serviços, segundo a Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software). Isso representa um aumento de 4,5% em comparação a 2017. Esse resultado deu ao Brasil a nona posição no ranking mundial de investimentos em TI (tecnologia da informação), atrás dos Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Alemanha, França, Canadá e Índia. A expectativa é que os investimentos em telecomunicações e tecnologia da informação (TI) cresçam 4,9%, ainda este ano, no país, segundo projeções da consultoria International Data Corporation (IDC).
E quando se fala em consumo de tecnologia, quem mais puxa os investimentos do setor são os videogames. Apenas no Brasil, de acordo com dados da consultoria PwC, essa indústria movimenta US$ 670 milhões e a estimativa é que chegue a aproximadamente US$ 1,4 bilhão em 2021. O que tem contribuído para essa injeção de investimentos é a crescente profissionalização dos eSports. A modalidade esportiva de jogos eletrônicos tem atraído as áreas de marketing de grandes empresas. Sites como o da Betway, empresa de apostas online, também estão de olho no segmento, dedicando áreas exclusivas para apostas em eSports.
Apesar de cada vez mais popular, muita gente ainda desconhece a seriedade envolvida nos eSports. A modalidade atrai jovens e adultos para campeonatos profissionais de jogos eletrônicos, seja em consoles, PCs e até celulares. Os eSports já são, inclusive, objeto de estudos acadêmicos, como acontece com a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), onde foi aberta uma seleção para um projeto de pesquisa em eSports. Estima-se que a audiência global para essa modalidade seja de 385 milhões de pessoas atualmente, com a maior concentração nos Estados Unidos e na Ásia.
Desenvolvimento de games é um dos maiores pilares da indústria
A indústria de games no Brasil abre um leque de opções que vão além do puro entretenimento. Uma delas está no mercado nacional de desenvolvimento de jogos eletrônicos. De 2013 a 2018, o número de estúdios de games mais que dobrou – saltou de 142 para 375. Apenas nos últimos dois anos, 1.718 jogos foram produzidos no país, de acordo com dados de um estudo conduzido pela consultoria de gerenciamento Homo Ludens para o 2º Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais.
De todos os títulos desenvolvidos no país, 43% foram feitos para celulares e tablets, 24% para computadores, 10% para plataformas de realidade virtual e realidade aumentada e apenas 5% para aparelhos como PS4 e Xbox. A baixa representatividade brasileira entre os consoles se dá pela hegemonia dos grandes estúdios, sobretudo os norte-americanos. É importante ressaltar que, do número total, aproximadamente 870 jogos são voltados a conteúdo educativos, diante de 785 de puro entretenimento.
eSports já tomam conta do mercado de entretenimento no Brasil
O nicho que mais tem consolidado o mercado de games como um dos principais do ramo do entretenimento é o de eSports. Diversos torneios profissionais são disputados pelo mundo, com estrutura e premiações de dar inveja a muitos esportes tradicionais. De origem asiática, os eSports são reconhecidos como modalidade esportiva em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, apesar da resistência de alguns.
Os canais esportivos da TV a cabo brasileira já aderiram à modalidade, transmitindo ao vivo os principais torneios. Nos eSports, participam gamers profissionais que atuam individualmente ou jogam em equipes. Muitos deles já se tornaram verdadeiras celebridades. Além de faturar com prêmios, os craques dos eSports podem arrecadar muito dinheiro por meio de patrocínios.
Nas etapas presenciais dos campeonatos, milhares de fãs acompanham os jogadores nas arenas e até em estádios. As categorias mais populares de eSports são: Moba (arena de batalha para multijogador online) e Evo (campeonato de evolução, com jogos de luta), além de campeonatos de futebol e cartas virtuais. No Brasil, League of Legends, DotA 2, Fifa, Counter-Strike e Starcraft estão entre os jogos favoritos.
Futuro reserva realidade, velocidade e lucro para os games
Com o avanço do digital, a promessa do 5G e a popularização da Realidade Aumentada e da Inteligência Artificial, o futuro do mercado de games no Brasil é promissor. Hoje já existem jogos que podem ser enviados por streaming, muitos deles disponíveis em lojas virtuais como iTunes, Play Store, entre outras. Esse tipo de tecnologia, que facilita o download de jogos para dispositivos diversos, possibilitará um impulsionamento ainda maior do consumo de games para adultos.
Além disso, vale ressaltar que, segundo dados da consultoria PwC, os jogos de celular no Brasil movimentaram cerca de US$ 324 milhões, em 2017, frente a US$ 314 milhões de jogos em PCs (jogados em rede), US$ 211 em consoles e US$ 1 milhão em campeonatos de eSports. A consultoria prevê que os jogos de celulares poderão gerar US$ 878 milhões de receita até 2022, enquanto os games para PC chegarão a US$ 534 milhões, os de consoles representarão US$ 269 milhões e os campeonatos, US$ 3 milhões, levando o mercado nacional de games a atingir um montante de US$ 1,756 bilhão.