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De acordo com a diretora da CET, Arlene Badoch, quando há a confirmação da morte cerebral, por meio do Protocolo de Morte Encefálica, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante acolhe e conversa com os familiares, esclarecendo as dúvidas sobre o processo de remoção dos órgãos. “Nesse momento, todas as informações são repassadas, pois é importante que não haja incertezas por parte da família. Somente a partir do contato da Comissão e mediante autorização é que se começa o processo de doação”, ressalta.
Exemplos como o de Ivan Pegoraro, fundador da ONG Valorize a Vida, demonstram como a informação é fundamental nesses casos. Em 2000, ele perdeu a filha em um acidente e, por já possuir conhecimento sobre o processo de doação e da importância dele na vida de muitas outras pessoas, teve decisão favorável.
“Foram doados todos os órgãos possíveis. Inclusive, alguns salvaram a vida de duas crianças internadas no Hospital Pequeno Príncipe, que apresentavam alto risco de morte”, disse.
Desde o ocorrido, ele percorre empresas e escolas fazendo palestras sobre a importância da doação de órgãos, encorajando famílias a discutirem o assunto e a conscientizarem seus parentes sobre o desejo de ser um doador.
“Nós fazemos palestras em escolas e pedimos para que as crianças façam uma redação sobre o tema como lição de casa. Esperamos que elas conversem com seus pais. Logo, que seus pais conversem com amigos e pessoas da família”, diz Ivan.
A diretora da Central ressalta ainda que tratar a doação de órgão como uma realidade possível é o primeiro passo para concretizar o transplante. Segundo ela, ao promover um debate sobre a questão ou simplesmente levar o assunto para dentro de casa faz com que as pessoas se aproximem e percam o medo. “Em muitos casos, a desinformação é a pior inimiga. Por isso, um bom começo é pensar na doação como um ato humano, de coragem e que salva vidas”, diz Arlene.
RANKING NACIONAL – O Paraná ocupa o terceiro lugar no ranking de transplantes em todo o território nacional, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Essa posição foi conquistada, segundo Arlene, devido à preocupação que o governo do Estado possui em acelerar o processo de doação, por meios profissionais altamente capacitados, de uma rede de saúde com infraestrutura adequada e da frota aérea estadual utilizada para transporte. Só nos primeiros meses de 2014, já foram transplantados 49 órgãos.